Brasil segue "com preocupação" a tensão pelo Essequibo após manobras militares
Desde o início das tensões, Lula tenta fazer a mediação entre Caracas e Georgetown para evitar uma possível guerra na região
O governo brasileiro manifestou, nesta sexta-feira (29), "preocupação" com o novo pico de tensão entre Venezuela e Guiana no conflito pelo Essequibo, após as manobras militares próximas à região rica em petróleo.
"O governo brasileiro acompanha com preocupação os últimos desdobramentos do contencioso em torno da região de Essequibo", disse o Itamaraty em uma nota oficial.
Mais de 5.600 soldados venezuelanos participaram, na quinta-feira (28), de exercícios militares ordenados pelo presidente Nicolás Maduro, em resposta à chegada de um navio de guerra britânico à Guiana, que negou ter planos para uma "ação ofensiva" contra Caracas.
A chegada do "HMS Trent" alterou uma frágil trégua entre os dois países em uma disputa centenária pelo território de Essequibo, rico em petróleo e administrado pela Guiana, que se intensificou nos últimos meses.
Leia também
• Lula sanciona lei que protege mulheres de violência em bares e shows
• Os desafios de "Lula 3" após primeiro ano de conquistas e polêmicas
• Bolsonaristas se esquivam do 8 de Janeiro e evidenciam ano de relação incômoda com Lula
"O governo brasileiro acredita que demonstrações militares de apoio a qualquer das partes devem ser evitadas, a fim de que o processo de diálogo ora em curso possa produzir resultados", acrescentou a Chancelaria brasileira.
O governo brasileiro disse estar "convencido" de que instituições regionais, como a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), são os fóruns adequados para resolver o assunto.
Também pediu "respeito" pela declaração de Argyle, alcançada em 14 de dezembro, na qual Guiana e Venezuela se comprometeram a abordar o assunto de forma pacífica.