Câmara dos Deputados: até vaga no TCU entra no jogo da sucessão de Lira. Entenda
Câmara dos Deputados: o líder do PT admitiu que, nas negociações para apoio a Hugo Motta, houve acordo para que um petista seja indicado para uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU).
Em tempos do toma-lá-dá-cá, no jogo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para eleger o seu sucessor, vale tudo, inclusive a negociação para uma vaga de ministro do Tribunal de Contas (TCU). Duas vagas para a corte serão abertas até o ano de 2027 com as aposentadorias de Aroldo Cedraz e Augusto Nardes. Os dois completam 75 anos respectivamente em 2026 e 2027. O PT quer uma das vagas para o deputado Odair Cunha (MG).
Se Hugo Motta (Republicanos-PB), nome quase consensual para a sucessão de Lira, vier a ser eleito, será durante a sua gestão que as duas vagas serão preenchidas. A última indicação do TCU coube ao Republicanos, partido de Motta: a do ex-deputado Jhonatan de Jesus, de Roraima. Ele assumiu a vaga da então ministra pernambucana Ana Arraes.
A candidatura de Jhonatan de Jesus foi costurada ainda no final de 2022 com o apoio do PT. Agora, pelas palavras do presidente da Câmara, Arthur Lira, a sigla quer a reciprocidade do acordo feito para, naquela época, tentar trazer o Republicanos para a incipiente base do governo Lula. Além da vaga no TCU, pesou na decisão dos petistas o receio de ficar de fora da mesa diretora, caso eles endossassem uma candidatura de oposição à do presidente da Câmara.
Ao anunciar apoio à candidatura de Motta, o líder do PT na Câmara, Odair Cunha (MG), declarou: “Por entender que o deputado Hugo Motta está preparado para continuar um trabalho de representação, que dialogue com as preocupações do povo brasileiro em torno de temas que nós julgamos importantes. A presidência do deputado Hugo e a consolidação deste bloco significa o funcionamento desta casa tão importante.”
O líder do PT na Câmara admitiu que nas negociações para apoio à candidatura do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) na disputa pelo comando da Casa, houve acordo para que um petista seja indicado para uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU). Após a oficialização de Motta, o PT bateu o martelo, com a certeza de que terá a vaga no TCU.
“TCU foi colocado no bojo desse conjunto de preocupações, intenções, que a bancada se sente no direito de reivindicar. O TCU não foi um elemento central da decisão. A governabilidade e a estabilidade institucional com uma disputa menos acirrada na Casa foram fundamentais”, disse Cunha.