Câmara exclui trecho de vídeo em que Felipe Neto chama Arthur Lira de "excrementíssimo"
Youtuber participou de simpósio sobre regulamentação das plataformas digitais
A Câmara dos Deputados retirou de seu canal no YouTube o trecho do vídeo em que Felipe Neto trata Arthur Lira (PP-AL) por "excrementíssimo" durante participação em simpósio na última terça-feira (23). A TV Câmara havia disponibilizado a íntegra do simpósio "Regulação de Plataformas Digitais e a urgência de uma agenda", dividido em três vídeos.
Após a repercussão dos últimos dias, o primeiro vídeo foi editado para retirar o depoimento de Neto por completo. Na descrição do vídeo, agora, é possível ler: "Versão editada em virtude de conteúdo ofensivo".
Após a fala do influenciador, uma alusão pejorativa ao pronome de tratamento "excelentíssimo", o presidente da Câmara dos Deputados acionou a Polícia Legislativa para autuar Neto no crime de injúria qualificada.
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Em suas redes sociais, Felipe Neto afirmou não ter tido a intenção de ofender a honra do político, mas somente fazer uma piada com o trocadilho.
"Não tenho opinião sobre a pessoa Arthur Lira, não o conheço. Como parlamentar, minha opinião é clara: suas ações e inações são em grande parte nocivas e extremamente reprováveis. Minha intenção, ao citar 'excrementíssimo', foi claramente fazer piada com a palavra 'excelentíssimo', uma opinião satírica, jocosa, evidentemente sem intenção de ofensa à honra", argumentou o influenciador em seu perfil no X (antigo Twitter).
Também no X, na manhã desta sexta-feira (26), o presidente da Câmara escreveu: "Uma crítica constante sobre as redes socias é a falta de civilidade, respeito e educação de muitos que a utilizam. Confunde-se liberdade de expressão com o direito a ofender, difamar e injuriar. Foi o que fez o sr Felipe Neto em seminário na Câmara, meio público para o bom debate, mas que ele usou para escrachar e ganhar mídia e likes. Isso não é liberdade de expressão. É ser mal educado."
O crime de injúria tem pena prevista de prisão de um a seis meses, ou multa. A qualificadora prevê o aumento da punição em um terço quando o crime for contra "funcionário público, em razão de suas funções, ou contra os Presidentes do Senado Federal, da Câmara dos Deputados ou do Supremo Tribunal Federal".
Entenda o caso
De maneira remota, Felipe Neto debateu sobre o PL das Redes Sociais e afirmou que, para regulamentar as redes sociais, é preciso ter o apoio popular e isolar a ideia de que o texto promoveria censura ou controle:
"Eles (o povo) continuam acreditando na censura. Eles continuam acreditando que vão ser controlados e perderão o direito de falar determinadas coisas. O que que é preciso para a gente mudar esse cenário? É preciso que a gente se comunique mais. É preciso que a gente fale mais com o povo, convide mais o povo para participar – iniciou o influenciador. – Como o Marco Civil da Internet brilhantemente fez. Como era o PL 2630 (Redes Sociais) que foi infelizmente triturado pelo excrementíssimo Arthur Lira".