Logo Folha de Pernambuco

PROPOSTA

Após acordo por emendas, Câmara põe na geladeira PEC que permite suspender decisões do STF

PEC das Decisões Monocráticas seguirá o rito na CCJ

Plenário da Câmara FederalPlenário da Câmara Federal - Foto: Câmara dos Deputados/divulgação

Após o acordo entre os poderes sobre as emendas parlamentares, a Câmara não deve dar andamento à Proposta de Emenda Constitucional (PEC), enviada à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que daria aos parlamentares o poder de suspensão das decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).

A suspensão poderia ser efetuada quando os deputados considerarem "que a decisão exorbita do adequado exercício da função jurisdicional e inova o ordenamento jurídico como norma geral e abstrata". A expectativa é de que a PEC fique "na geladeira", sem ser votada no colegiado.

O gesto foi encarado como uma resposta direta à decisão do ministro Flávio Dino, respaldada pela maioria da Corte, de suspender a execução de emendas enquanto o Congresso não aprovasse regras que dessem mais transparência aos repasses feitos por parlamentares.

A movimentação de Lira, portanto, foi encarada como uma retaliação à suspensão das emendas individuais e, neste momento, há o indicativo de um recuo.

Propostas
Já uma outra PEC, que limita as decisões monocráticas dos magistrados, seguirá o seu trâmite normal na CCJ e a possibilidade de ser votada ou não dependerá das negociações para novas normas em relação às emendas. A PEC das Decisões Monocráticas foi aprovada pelo Senado no ano passado, mas estava parada da Câmara até o embate com o STF.

A proposta é uma demanda antiga de parlamentares bolsonaristas, que queriam limitar o poder de alcance do Judiciário. Para esta PEC, o líder da oposição na Câmara, o deputado Filipe Barros (PL-PR) já foi designado relator do texto.

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou na quarta-feira que o acordo fechado entre os três Poderes sobre emendas traz “balizas” para serem seguidas, mas ressaltou que ele ainda dará uma nova decisão no caso e que, no fim, haverá um julgamento no plenário da Corte.

Nova análise
Dino, que é o relator de um conjunto de ações envolvendo emendas, afirmou que analisará o caso novamente após o prazo de 10 dias para o Executivo e o Legislativo definirem alguns pontos. Depois disso, a Advocacia-Geral da União (AGU) e o Procurador-Geral da República (PGR) poderão se manifestar, antes do julgamento.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tirou as duas propostas da gaveta no último dia 16, num movimento de retaliação após a Corte manter a decisão do ministro Flávio Dino de suspender as emendas parlamentares ao Orçamento. Os magistrados não aceitaram a intimidação e também mandaram recados por interlocutores. Deixaram claro que a PEC da revogação de decisões do STF seria considerada inconstitucional

Veja também

Trump completa escolha para altos cargos de seu gabinete com secretária de Agricultura
INTERNACIONAL

Trump completa escolha para altos cargos de seu gabinete com secretária de Agricultura

Três juízes, dois promotores e um militar são detidos por 'conspiração' contra Nicolás Maduro
Venezuela

Três juízes, dois promotores e um militar são detidos por 'conspiração' contra Nicolás Maduro

Newsletter