ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS

Câmaras legislativas e órgãos públicos abrem investigação contra golpistas já identificados

Políticos e servidores que participaram dos atos terroristas em Brasília podem ser punidos

Atos golpistas em BrasíliaAtos golpistas em Brasília - Foto: Evaristo Sá/AFP

Câmaras legislativas e órgãos públicos abriram investigação interna contra golpistas identificados nas manifestações terroristas que ocorreram neste domingo em Brasília. Entre os nomes estão vereadores, suplentes e servidores públicos — em grande parte já exonerados.

Em Minas Gerais, o vereador Gilson da Autoescola (Cidadania) é investigado pela Comissão Permanente de Ética, Decoro Parlamentar e Estudos Legislativos da Câmara Municipal de Betim. Ele foi a Brasília com a família, onde chegou a compartilhar um vídeo, deletado após a invasão do Supremo. Nas redes sociais, o vereador se posicionou sobre sua presença nos atos. "Saí da minha casa, na companhia dos meus dois filhos, na expectativa de participar de um ato pacífico e democrático. Mas nada disso aconteceu. Não aprovo nem participo de nenhuma atitude contra a democracia", disse.

Vice-prefeito de Porangatu, no interior de Goiás, Capitão Pires (PL) postou fotos em um grupo de WhatsApp na área interna do Congresso. Em nota, a prefeitura informou que a conduta do vice-prefeito não condiz com a gestão do município e que, nesta terça-feira, uma representação será encaminhada para a Câmara Municipal da cidade.

Em outro município de Goiás, o vereador de Inhumas que apareceu em um vídeo gravado na área interna da Praça dos Três Poderes, José Ruy (PTC), é alvo de um pedido da Defensoria Pública (DPE-GO). A DPE pede que seja instaurado um procedimento de quebra de decoro parlamentar contra Garcia. Neste momento, também é pedido que se investigue se o parlamentar usou dinheiro público para comparecer aos atos deste domingo, o que configuraria improbidade administrativa.

Como antecipado pela colunista Bela Megale, o líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes (RJ), afirmou que o partido vai expulsar todos os filiados da sigla que participaram dos atos. Neste contexto, o advogado e ex-candidato a deputado estadual Thiago Queiroz (PL-MG), que publicou um vídeo no interior do Senado Federal, poderia ser punido. Inscrito na OAB de Patos de Minas, a subseção lamentou e repudiou o ocorrido. Outros filiados do PL como os dirigentes de Montes Claros, Dr. Silvio, e a de Montes Claros, Bruna Bastos, também poderão ser expulsos.

Servidores exonerados
O coronel da reserva do Exército Adriano Camargo Testoni foi exonerado, nesta terça-feira, dois dias após xingar as Forças Armadas, em vídeo, enquanto participava de protestos em Brasília. O movimento foi seguido por outras entidades como a Câmara de Dirigentes Lojistas de Rio Verde que informou que o presidente, Lucimário Benedito, deixará o cargo pelo mesmo motivo.

A Polícia Militar de Goiás afastou Silvério Santos, que postou fotos durante a invasão. A informação é do governador Ronaldo Caiado (União Brasil). O Pastor Edson Xavier, secretário de Relações Institucionais de Águas Lindas (GO), é uma exceção. Em nota, a prefeitura repudiou os atentados, mas afirmou que o secretário esteve presente de forma "espontânea" e "pacífica sem pactuar com atitudes de vândalos".

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