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Candidato à sucessão de Lira, Marcos Pereira vira alvo de bolsonaristas por defender regulamentação

Reação ocorre após o presidente do Republicanos ter se dito favorável à aprovação do PL das Redes Sociais

O deputado Marcos Pereira, presidente do Republicanos, durante sessão na Câmara O deputado Marcos Pereira, presidente do Republicanos, durante sessão na Câmara  - Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados/

O presidente nacional do Republicanos e candidato à sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara dos Deputados, Marcos Pereira, se tornou alvo de parlamentares bolsonaristas após defender a aprovação do PL das Redes Sociais, hoje em tramitação na Casa. Em evento Lide em Nova York, nos Estados Unidos, Pereira se disse comprometido com a pauta.

"O Parlamento é o guardião da democracia, da segurança jurídica e do ambiente de negócios. Hoje, como primeiro vice-presidente da Câmara, sigo comprometido para que as propostas em apreciação possam ser aprovadas, como a regulamentação da inteligência artificial e das redes sociais, para combater fake news" afirmou na terça-feira (14).

A declaração gerou forte reação entre parlamentares que integram o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em audiência na própria terça-feira, Gilvan da Federal (ES), chamou o presidente do Republicanos de "capacho do Lula".

"Eu não voto em capacho desse Lula. Deputado Marcos Pereira, sou dputado novato, mas o senhor não tem meu voto" afirmou.

Nas redes sociais, o posicionamento ganhou força e Júlia Zanatta (SC) declarou que quem apoia o projeto, "não pode ser presidente da Câmara". Outros deputados como Luiz Philippe de Orleans e Bragança (SP) e Gustavo Gayer (GO) fizeram posicionamentos semelhantes.

"Líder do Republicanos é favorável a um PL que aumenta impostos e ainda financia pautas como ideologia de gênero, aborto e todo o resto da esquerda. Quem votar a favor desse PL não poderá ser presidente da casa" disse Gayer.

Com a maior bancada da Câmara, o PL ainda não definiu qual será seu comportamento nas eleições para a Presidência da Câmara, que ocorre no ano que vem. Nos bastidores, o partido tem conversas com Elmar Nascimento (União Brasil-BA), mas também pode vir a ter candidatura própria na figura do líder da bancada, Altineu Côrtes (RJ)

Além de Pereira e Nascimento, Antonio Brito (PSD-BA) e Isnaldo Bulhões (MDB-AL) também já se colocam na disputa pela sucessão de Arthur Lira.

Rejeição entre evangélicos
Além do PL das Redes Sociais, o líder do Republicanos tem um impasse com a bancada evangélica. Isto porque Marcos Pereira é bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, enquanto a maior parte da ala é composta por representantes da Assembleia de Deus. Historicamente, as duas vertentes protestantes caminham em lados opostos e, inclusive, competem entre si.

Fundada nos anos 1970, a Universal tem uma postura mais disruptiva com os fiéis. Enquanto os assembleianos seguem uma doutrina mais rígida que se reflete até mesmo na vestimenta, a igreja de Edir Macedo rompeu com tabus cristãos e hoje tem cultos que tratam sobre temas como o uso de preservativo e relações sexuais.

Tal diferenciação inclusive se refletiu no apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). De um lado, a Assembleia de Deus mergulhou fundo no governo do ex-mandatário, enquanto integrantes do Republicanos, partido que foi fundado pela Universal, faziam críticas públicas à gestão.

Ao GLOBO, o segundo vice-presidente da Câmara e ex-presidente da bancada, o assembleiano Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) disse que o colega de Casa 'queimou a largada' ao se colocar na disputa e indicou preferência por um nome do PP na sucessão de Lira.

— Entendo que nós do PL deveríamos buscar um candidato do Centro, se possível do partido do presidente Arthur Lira. Republicanos queimou a largada, cedo demais, mas nada pessoal com Marcos Pereira — disse o parlamentar.

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