Candidatos do PL superam projeção de Bolsonaro, que promete se engajar contra a esquerda no 2º
Ex-presidente previu candidatos do PL em quatro capitais, mas viu seis avançarem
O desempenho dos candidatos do PL nas capitais no 1º turno superou as projeções feitas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), principal nome da sigla. A expectativa do ex-mandatário era de ter correlionários disputando o segundo turno em quatro capitais (Fortaleza, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Manaus).
A abertura das urnas neste domingo, porém, colocou nomes do PL disputando o segundo turno em seis capitais.
Leia também
• Jair Renan Bolsonaro é eleito o vereador mais votado em Balneário Camboriú (SC)
• Laudo do Marçal vai marcar a vida dele, não pretendo conversar com ele, diz Bolsonaro
• Nunes diz que 'seria bom' ter tido presença maior de Bolsonaro em sua campanha
O candidato em Maceió, João Henrique Caldas (PL), venceu no primeiro turno, mantendo a capital alagoana como reduto da direita no Nordeste. Em Rio Branco, capital do Acre, Tião Bocalom também foi eleito no primeiro turno.
Por outro lado, Alexandre Ramagem (PL), ao qual Bolsonaro dedicou toda a última semana de campanha, perdeu no Rio de Janeiro para Eduardo Paes (PSD). Em 2020, quando ainda era presidente, Bolsonaro não conseguiu com que nenhum dos seus candidatos para as capitais fossem eleitos.
De acordo com pessoas próximas ao ex-presidente, a expectativa é que o PL monte uma nova força-tarefa que incluirá Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado Nikolas Ferreira, que vão peregrinar as cidades que terão segundo turno para eleger o maior número possível de prefeitos. Neste projeto, Bolsonaro já prometeu "mergulhar de cabeça".
Nas capitais em que candidatos do PL enfrentam petistas, há a expectativa de participação ainda mais incisiva, como em Cuiabá, capital de Mato Grosso, onde Abílio (PL) enfrentará o petista Lúdio. Bolsonaro irá explorar a polarização para manter o aliado na primeira posição. André Fernandes contará com a mesma estratégia em Fortaleza, onde duelará com Evandro Leitão, do PT.
Em Belo Horizonte, Bruno Engler (PL) enfrentará Fuad Noman (PSD). Na capital mineira, Bolsonaro dividirá a presença em atos de rua com o deputado Nikolas Ferreira (PL). No primeiro turno da história de Palmas, capital do Tocantins, Janad Valcari (PL) terá apoio de Bolsonaro contra o ex-prefeito Eduardo Siqueira Campos (Podemos).
Já em Belém, Eder Mauro (PL) enfrentará Igor Normando (MDB).
Mas, Bolsonaro também deve protagonizar embates que vão além da polarização com os petistas. Em Goiânia, por exemplo, a "entrada" de Bolsonaro na campanha de Fred Rodrigues foi considerada decisiva para que o candidato do PL saísse na quinta posição para a primeira, em pouco mais de duas semanas.
Bolsonaro já tem como certa uma volta à capital de Goiás, onde Rodrigues duelará com Sandro Mabel (União), candidato apoiado pelo governador Ronaldo Caiado (União). A expectativa é que o ex-presidente e o governador voltem a medir forças, a exemplo do que aconteceu no primeiro turno, quando Bolsonaro atacou Caiado publicamente.
Esforço por Nunes
No segundo turno das eleições de São Paulo, espera-se que o ex-presidente se engaje na campanha que terá Ricardo Nunes (MDB) disputando contra Guilherme Boulos (PSOL). Bolsonaro foi o responsável pela indicação do Coronel Ricardo Mello Araújo (PL) para vice do emedebista, mas teve uma participação considerada considerada "contida" na campanha, durante o primeiro turno.
Divergências com a campanha de Nunes fizeram, por exemplo, com que Bolsonaro não fizesse qualquer manifestação pró-Nunes na semana que antecedeu a votação. Apesar disto, na disputa contra o candidato apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), espera-se que ele se coloque como fiador dos votos da direita por Nunes.
Bolsonaro, Nikolas e Michelle já foram escalados para integrar a força-tarefa do PL no primeiro turno das eleições municipais deste ano. Os três, somados, emprestaram a imagem a pelo menos 2 mil candidatos cada um.
De acordo com a direção do PL, o ex-mandatário esteve em ao menos 140 cidades pedindo votos.