BRASÍLIA

Carcaças de ônibus e delegacia apedrejada: atos de vandalismo em Brasília termina sem nenhum preso

Ônibus e carros foram queimados, uma delegacia sofreu com os ataques da noite de segunda-feira (12)

As carcaças dos ônibus incendiados estão sendo retiradas das vias da área central de BrasíliaAs carcaças dos ônibus incendiados estão sendo retiradas das vias da área central de Brasília - Foto: Reprodução/ Twitter

O entorno da sede nacional da Polícia Federal, em Brasília, amanheceu nesta terça-feira (13) com um rastro de destruição após apoiadores bolsonaristas tentarem invadir o prédio, em protesto à prisão de um líder indígena determinada pela Justiça após um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) .

Carcaças de ônibus e carros queimados, lixeiras e caçambas derretidas, placas derrubadas e muito lixo, pedaços de pau e pedras se espalhavam pelas ruas do setor hoteleiro norte. O cheiro de ferro e plástico queimado ainda pairava no ar.

A delegacia mais próxima da PF, a 5ª DP, trazia a porta de vidro ainda estraçalhada — um manifestante arremessou do lado de fora uma pedra, que estourou a vidraça e ainda não foi recolhida, à espera da perícia. Dois agentes trabalhavam na manhã desta terça em meio aos vidros quebrados.

Na porta da Polícia Federal, onde os manifestantes tentaram resgatar um indígena preso — sob a acusação de tentar organizar atos violentos contra a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, que ocorreu na segunda-feira (12) — cinco viaturas da Polícia Militar faziam a segurança do local. Quinze PMs patrulhavam a área tentando localizar alguma movimentação suspeita.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, sete veículos foram "totalmente consumidos pelas chamas", sendo quatro ônibus e três carros. Um quinto ônibus foi danificado parcialmente.

A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal informou que vai divulgar uma nota "até o fim da manhã" com um balanço das ações de repressão ao protesto.

Aos poucos, as carcaças dos ônibus incendiados estão sendo retiradas das vias da área central de Brasília. A operação é complexa porque o fogo consumiu todos os pneus. Para que eles possam ser arrastados, funcionários das concessionárias precisam esperar o ferro esfriar e trocar as rodas com marretas.

Só às 6h desta terça a empresa conseguiu tirar o ônibus que estava atravessado em um viaduto, com riscos de cair — manifestantes tentaram empurrá-lo para baixo, mas não conseguiram porque as rodas ficaram presas na mureta.

O Corpo de Bombeiros do Distrito Federal informou nesta terça-feira que viaturas da corporação também foram atacadas por manifestantes bolsonaristas na noite de ontem, em Brasília. Os bombeiros foram acionados por volta das 20 horas para atender a uma ocorrência na frente da sede da Polícia Federal e tiveram o trabalho impedido por manifestantes que arremessaram pedras em direção às viaturas.

"A corporação ficou muito limitada em sua área de atuação, pois, em razão da violência da manifestação, o perigo as guarnições de bombeiros era real", descreve nota divulgada pelos Bombeiros.

"Uma viatura tipo AR (auto rápido), caminhonete, do Supervisor do CBMDF, foi apedrejada e outra viatura de água (ABT) também foi alvo de lançamento de objetos", acrescentou o texto. A corporação destacou ainda que um veículo foi incendiado dentro de um posto de combustível.

Segundo a instituição, 18 viaturas e 63 bombeiros ao todo trabalharam na operação.

Uma idosa de 67 anos ainda precisou ser atendida porque desmaiou em função da inalação de gás lacrimogêneo. O quadro dela foi estabilizado e ela foi enviada a um hospital de São Sebastião, no DF.

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