Carlos Bolsonaro é alvo da PF em operação sobre programa de espionagem da Abin
O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é investigado no esquema de espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
O vereador do Rio Carlos Bolsonaro está sendo alvo de um mandado de busca e apreensão cumprido pela Polícia Federal, na manhã desta segunda-feira.
O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é investigado no esquema de espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O caso foi revelado pelo jornal O Globo em março do ano passado.
De acordo com as investigações, Carlos Bolsonaro é suspeito de receber informações da Abin do deputado Alexandre Ramagem (PL), diretor da pasta à época. Ramagem também é investigado e foi alvo de busca e apreensão na última quinta-feira.
Nesta manhã, são cumpridos mandados de busca e apreensão no Rio e no Distrito Federal. Além de Carlos Bolsonaro, um policial federal lotado na Abin na gestão de Ramagem também é alvo da ação de hoje.
Reportagem do Globo, de março do ano passado, mostrou que a Abin utilizou um programa secreto chamado FirstMile para monitorar a localização de pessoas pré-determinados por meio dos aparelhos celulares durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL). Após a reportagem, publicada em março, a PF abriu um inquérito e identificou que a ferramenta foi utilizada para monitorar políticos, jornalistas, advogados e adversários do governo.
A ferramenta foi produzida pela empresa israelense Cognyte (ex-Verint) e era operada, sem qualquer controle formal de acesso, pela equipe de operações da agência de inteligência.
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A lista completa das pessoas espionadas irregularmente ainda não é conhecida, mas a PF já identificou indícios de que adversários políticos do ex-presidente foram alvos: entre eles estão o ex-deputado Jean Wyllys e David Miranda, deputado federal pelo PDT do Rio que morreu em maio retrasado.
Há ainda a suspeita de que foram feitas vigilâncias durante as eleições municipais e em regiões próximas ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT), além de áreas nobres em Brasília e no Rio de Janeiro.
Na semana passada, foram alvos dos mandados de busca e apreensão Ramagem, policiais federais cedidos e servidores do órgão.