Cármen Lúcia

Cármen Lúcia teme que ataques de ódio na internet afastem candidatas mulheres da eleição deste ano

Presidente do TSE participou nesta terça-feira do evento 'Café com Aner', promovido pela Associação Nacional de Editores de Revistas

Ministra Cármen Lúcia Ministra Cármen Lúcia  - Foto: TSE/Divulgação

A presidente do Tribunal Superior Eleitoral Cármem Lúcia afirmou temer que os ataques de ódio na internet façam com que menos mulheres queiram se candidatar na eleição municipal deste ano.

Segundo ela, as agressões e os linchamentos virtuais são mais violentos contra as políticas do que aos representantes do sexo masculino. A declaração foi dada nesta terça-feira, durante o evento "Café com Aner", promovido pela Associação Nacional de Editores de Revistas.

"Temo que possamos ter uma diminuição das candidaturas de mulheres nesta eleição, já sei de algumas politicas que estão atualmente com mandato, mas que não tentarão a reeleição. O discurso de ódio não é o mesmo em relação aos homens e mulheres no Brasil e falo isso da cátedra. O discurso contra a mulher é sexista, desmoralizante e cruel e não para em nós. Ele atinge a a família, o parceiro, os filhos ", afirmou a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF).

A própria Cérmem Lúcia foi alvo de ataques de ódio em 2022 feitos pelo ex-deputado federal Roberto Jefferson. Em vídeo divulgado nas redes sociais, ele chamou Cármen Lúcia de "bruxa de Blair", além de compará-la com uma prostituta. Ela não citou o episodio ao comentar o tema.

A ministra falou ainda sobre um pacote de ações que o TSE lançou para combater a circulação de fakenews durante o processo eleitoral, entre elas a campanha publicitária "Jornalismo é confiável, fala nossa língua, protege da desinformação e fortalece a democracia”, que através da divulgação de material publicitário destacando gírias regionais quer chamar a atenção para o problema da disseminação de desinformação nas redes.

"Seca de rios tem tirado o sono"
Outro ponto destacado pela ministra no evento foi a questão da seca nos rios da Amazônia, que segundo ela "têm lhe tirado o sono" e se apresentam como um dos principais problemas para o pleito de 2024.

Ela pontuou que a baixa dos rios pode dificultar o acesso dos eleitores da região as urnas e que está mapeando as áreas afetadas para buscar alternativas. Cármem Lúcia relatou ter participado nesta terça-feira de uma reunião para discutir o tema, que tem sido debatido também pelas Forças Armadas, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM).

"Eu consigo garantir a chegada da urnas aos locais a segurança, em uma ação conjunta com a Forças Armadas, que sempre faz esse trabalho. Mas o receio é como o eleitor vai chegar até essas urnas, já que os rios estão secos e são o principal meio de transporte em muitas dessas regiões. Todos têm direito ao voto e eu preciso garantir que todos tenham acesso as urnas ", explicou.

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