Cármen Lúcia vota a favor, e STF tem 4x0 para tornar Bolsonaro e aliados réus por trama golpista
Em seu voto, Cármen Lúcia defendeu que os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 foram planejados
Com o voto a favor da ministra Cármen Lúcia, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) chegou a 4x0 pra aceitar a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete aliados por tentativa de golpe.
Também votaram a favor o relator Alexandre de Moraes e os ministros Flávio Dino e Luiz Fux. O quinto e último voto será dado pelo presidente da Turma, Cristiano Zanin.
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Em seu voto, Cármen Lúcia defendeu que os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 foram planejados. "Quem praticou o crime tem que pagar pelo crime cometido", pontuou a ministra.
A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia classificou nesta terça-feira a sequência de eventos que levaram aos atos de 8 de janeiro como "gravíssimos" e que é preciso barrar a "máquina de desmontar a democracia" da história do país. As declarações foram dadas durante o voto de Cármen para receber a denúncia do ex-presidente Jair Bolsonaro e sete denunciados por envolvimento na trama golpista para manter o ex-mandatário no poder.
Ditadura mata, vive da morte, não apenas da sociedade, mas da democracia, mas de seres humanos de pele e osso que são torturados e mutilados afirmou a ministra.
Para que mais uma vez o Brasil não tenha uma tentativa de golpe de estado, como nós já tivemos golpes de estado, 37, 64, e que nada se faça. E, portanto, depois esta máquina de desmontar a democracia continue a reverberar acrescentou Lúcia.
Em linha com os seus colegas da Primeira Turma, a ministra do Supremo afirmou haver indícios suficientes para abrir a ação penal.
Acho, portanto, que não é ineta a denúncia porque ela descreve os indícios, os fatos, as circunstâncias, hora, dia, documentos que em princípio são atribuídos uma ou a outra, que vai se verificar esta concatenação, se ela existe, como existe, quais os tipos penais que incidem, que foram aquidenunciados disse Lúcia.