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JUSTIÇA

Caso de Bolsonaro deve ser julgado no STF em Turma com histórico de alinhamento a Moraes

Colegiado analisou recentemente denúncia sobre a morte de Marielle bloqueio do X

Alexandre de Moraes, ministro do STFAlexandre de Moraes, ministro do STF - Foto: Rosinei Coutinho/STF

Colegiado onde a eventual denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Jair Bolsonaro pela trama golpista deve ser analisada, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) tem um histórico recente de alinhamento com o ministro Alexandre de Moraes, que acumula vitórias nos julgamentos. A avaliação na Corte é que o tratamento nas ações penais é "rigoroso".

Composta, além de Moraes, pelos ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Cristiano Zanin, atual presidente, a Primeira Turma foi o palco dos julgamentos recentes de dois temas que tiveram o ministro como peça central: o caso Marielle Franco e o bloqueio da rede social X, em meio a um embate com o bilionário Elon Musk.

Em junho, o colegiado, por unanimidade, decidiu abrir ação penal contra os acusados de planejar o assassinato da vereadora e do motorista Anderson Gomes, em 2018. Para os ministros, a denúncia PGR reuniu elementos suficientes para justificar a abertura da ação.

 

Seguindo o voto de Moraes a favor do recebimento da acusação, os outro quatro ministros da Turma tornaram réus por homicídio qualificado e tentativa de homicídio Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Chiquinho Brazão, deputado federal, Rivaldo Barbosa, delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro, e o ex-policial Ronald Paulo de Alves.

Os irmãos Brazão e o ex-assessor Robson Calixto Fonseca, conhecido como “Peixe”, também se tornaram réus por organização criminosa.

Em setembro, também por unanimidade, a Turma seguiu o posicionamento de Moraes e manteve a prisão preventiva de Domingos Brazão. Os ministros analisaram um recurso apresentado pelos advogados para reverter a detenção, ordenada em março.

O conselheiro está preso na penitenciária federal de Porto Velho, em Rondônia. Na ocasião, Moraes reafirmou os argumentos apresentados na decisão individual, a exemplo da necessidade de resguardar a aplicação da lei penal.

Também foi da Primeira Turma, em setembro, a decisão que confirmou o despacho de Moraes e manteve a rede social X suspensa após uma série de descumprimentos de ordens judiciais por parte da empresa de Elon Musk.

Na decisão acompanhada por todos os outros ministros do colegiado, Moraes afirmou que a plataforma optou por desrespeitar expressamente as decisões judiciais brasileiras e extinguiu a subsidiária brasileira da empresa para ocultar-se do ordenamento jurídico e das decisões do Poder Judiciário.

Os ministros também seguiram Moraes e negaram, por unanimidade, um conjunto de 39 recursos apresentados pelo X e por outras redes sociais contra decisões do ministro. Trinte e três deles foram apresentados pelo X. Os demais foram apresentados por Rumble, Locals e Discord.

No caso envolvendo Bolsonaro e outros 36 indiciados pela Polícia Federal na última quinta-feira, a expectativa nos bastidores do STF é que, assim que a denúncia chegar à Corte, Moraes leve o recebimento da acusação para o julgamento da Primeira Turma, e não do plenário – onde o campo de resistência contra eventual recebimento da denúncia poderia ser maior em função da presença de Nunes Marques e André Mendonça, ambos indicados pelo ex-presidente.

Desde dezembro de 2023, a competência para o julgamento de ações penais deixou de ser do plenário e voltou a ser das Turmas, como ocorria até 2020. Um dos argumentos para a alteração regimental foi a avaliação de que a análise das ações penais pelo colegiado maior, com os onze ministros acabaram tomando muito tempo da Corte.

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