Caso Marielle: após prisão, PF volta à casa de Domingos Brazão para apreender outro celular
Assim como o conselheiro do TCE, Robson Calixto Fonseca, o Peixe, também foi alvo de mandado expedido pelo STF
Dez dias após a deflagração da operação contra supostos mandantes dos homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, a Polícia Federal cumpriu novos mandados de busca e apreensão expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Na última sexta-feira (5), os agentes estiveram na casa do conselheiro do Tribunal de Contas do Rio Domingos Brazão e na de seu assessor Robson Calixto Fonseca, o Peixe.
Procurada pelo Globo, a defesa não quis de manifestar.
Enquanto o conselheiro e seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão, são suspeitos de determinarem os homicídios, Peixe é investigado por supostamente ter intermediado o encontro dos dois com Ronnie Lessa, preso pela execução das vítimas. Eles foram citados na delação que o ex-PM firmou com a PF e a Procuradoria-Geral da República.
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Nos endereços residenciais de Domingos e de Peixe foram apreendidos dois celulares. Esses locais já haviam sido alvos dos agentes no dia 24 de março. Na ocasião, contra o conselheiro também foi cumprido um mandado de prisão preventiva e ele foi encaminhado para uma penitenciária federal, onde permanece preso.
Na delação, Lessa contou que, no segundo trimestre de 2017, Chiquinho Brazão, então vereador, demonstrou "descontrolada reação" à atuação de Marielle para "apertada votação do projeto de Lei à Câmara número 174/2016".
Com o projeto, ele e o irmão buscariam a regularização de um condomínio inteiro na região de Jacarepaguá, na Zona Oeste da cidade, sem respeitar o critério de área de interesse social, visando obter o título de propriedade para especulação imobiliária.
Além dos irmãos, foi preso ainda pela PF o delegado Rivaldo Barbosa, que chefiou a Delegacia de Homicídios e a Polícia Civil do Rio. Ao narrar a dinâmica pré-crime, Lessa revelou que o delegado foi uma peça-chave para que os homicídios fossem consumados em 14 de março de 2018, a mando dos Brazão.
Segundo as investigações, a Rivaldo caberia garantir uma espécie de imunidade aos envolvidos, ou seja, de alguma forma o inquérito que se sucederia ao fatídico dia não poderia chegar nos responsáveis pela empreitada criminosa.