Marielle Franco

Caso Marielle: confira as mudanças ao longo da investigação sobre o crime

Desde março de 2018, as investigações das mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes já passaram pelas mãos de cinco delegados da Polícia Civil do Rio

Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes  - Foto: Reprodução

Desde março de 2018, as investigações das mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes já passaram pelas mãos de cinco delegados da Polícia Civil do Rio, e agora tem a participação da Polícia Federal, que entrou no caso este ano após o presidente Lula oferecer ajuda ao governo do Rio. O Ministério Público do Rio (MPRJ) sempre esteve à frente do caso.

Polícia Civil e MP do Rio
A investigação teve início conturbado, com a Polícia Civil seguindo a linha de que o miliciano Orlando de Oliveira de Araújo, o Orlando da Curicica, seria o autor do crime, e o ex-vereador Marcello Siciliano, o mandante. A apuração da PF, que entrou pontualmente no caso naquela época, afastou de vez essa possibilidade. Com a correção dos rumos, a Polícia Civil e o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) passaram a mirar em Ronnie Lessa como atirador e Élcio de Queiroz, o motorista do Cobalt usado na emboscada.

Um telefonema anônimo para a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) trouxe a informação de que o autor do crime era Lessa e, a partir daí, o ex-sargento da PM passou a ser o alvo. Investigadores e promotoras conseguiram a quebra do sigilo de dados telefônicos e telemáticos dos celulares e computadores de Lessa e Élcio, descobrindo que os suspeitos fizeram buscas em nome de Marielle. Uma delas apontava que houve uma pesquisa de um endereço da parlamentar, de quando ela ainda era casada. Em março de 2019, antes de o crime completar um ano, os dois foram presos.

Numa segunda etapa, depois da prisão de Lessa e Élcio, o objetivo passou a ser o de descobrir quem era o mandante do crime. A Polícia Civil chegou a mirar no conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Domingos Brazão e no ex-bombeiro e ex-vereador Cristiano Girão. No entanto, as investigações pouco avançaram.

Polícia Federal e MP do Rio
Depois de assumirem o caso no início deste ano, os investigadores da PF analisaram o processo, com cerca de 60 volumes. Por coincidência, o delegado federal Leandro Almada, que atuou no início do caso, passou a ser o superintendente da corporação e montou uma equipe para chegar aos mandantes. Por ordem do ministro da Justiça, Flávio Dino, chegar ao mandante ou aos mandantes passou a ser prioridade. PF e a força-tarefa do MP conseguiram convencer Élcio de Queiroz a fazer a colaboração premiada. A partir da delação, chegaram à participação do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa e do sargento reformado Edimilson Oliveira, o Macalé. Os dois atuaram na primeira tentativa de matar Marielle, no Estácio, ainda em 2017.

O que falta descobrir
Cinco anos após o crime, ainda não se descobriu quem mandou matar Marielle e Anderson, nem o que motivou os assassinatos. A arma usada no crime também não foi localizada. Ela teria sido jogada no mar da Barra.

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