Pronunciamento

Caso Marielle: Dino cita "novos atos", mas diz que só haverá delação após Justiça homologar

Flávio Dino citou avanços no caso, obtidos durante a sua gestão, a partir da "federalização" das investigações e da entrada da Polícia Federal na força-tarefa

Flávio Dino faz balanço das investigações do Caso Marielle FrancoFlávio Dino faz balanço das investigações do Caso Marielle Franco - Foto: José Cruz/Agência Brasil

Naquele que pode ter sido o seu último pronunciamento no Ministério da Justiça, o futuro ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino fez um balanço das investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), nesta terça-feira (23).

Dino citou avanços no caso, obtidos durante a sua gestão, a partir da "federalização" das investigações e da entrada da Polícia Federal na força-tarefa. Em relação ao acordo de delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, acusado de ser o autor dos disparos contra a vereadora, Dino evitou comentar e afirmou que a delação só existirá, de fato, quando houver homologação no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

 

Reunião com Lewandowski
O novo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, se reuniu, pela primeira vez, nesta terça com seu antecessor, Flávio Dino, para discutir a transição da pasta. No começo da reunião, realizada no Palácio da Justiça, Dino desejou sorte a Lewandowksi e brincou ao realizar uma espécie de "passagem simbólica" do cargo, ao entregar o broche de ministro da Justiça ao sucessor.

— Estou cedendo (o broche) e em 2045 pode me devolver — disse Dino para risos dos presentes ao encontro. O ano de 2045 simboliza a data máxima de permanência no Supremo Tribunal Federal, quando o mesmo se aposentará.

Lewandowski disse que seguirá com o trabalho da gestão de Dino e reiterou que a pasta terá como foco "as respostas à sociedade no que diz respeito à segurança pública".

Anunciado no dia 11 deste mês, Lewandowski teve sua nomeação publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira. A posse do ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) está marcada para 1º de fevereiro. Lewandowski já começou a montar a equipe que comandará na pasta.

Ele convidou o procurador-geral de Justiça do Ministério Público de São Paulo, Mário Luiz Sarrubbo, para assumir a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) — área que garantiu ser sua prioridade. Sarrubbo é próximo do ministro do STF Alexandre de Moraes.

Conforme mostrou O Globo, Lewandowski tem mantido contato direto com Dino para tratar das mudanças no ministério. Os dois devem se reunir nesta terça-feira às 14h no Ministério da Justiça.

Dino foi escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal após aposentadoria da ex-ministra Rosa Weber. Ele tomará posse na Suprema Corte em 22 de fevereiro.

Participaram da reunião desta terça nomes como o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, o secretário de assuntos legislativos do governo Lula, Elias Vaz, o secretário nacional de Justiça, Augusto de Arruda Botelho, e a secretária nacional de Direitos Digitais, Estela Aranha.

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