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Caso Marielle: entenda por que Chiquinho Brazão é apontado como mandante da morte

Nesta quarta-feira, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara decide se aprova parecer pela manutenção da prisão do deputado federal

Chiquinho Brazão, deputado federal           Chiquinho Brazão, deputado federal  - Foto: Mario Agra/Câmara dos Deputados

Apontado na delação do ex-PM Ronnie Lessa, executor das mortes de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, como um dos mandantes do crime, o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido) tinha um histórico de enfrentamento político com a vereadora por questões ligadas a terras. De acordo com o relatório da Polícia Federal que culminou com as prisões de Chiquinho, de seu irmão, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Domingos Brazão, e do ex-chefe de Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, em 24 de março deste ano, o deputado e Marielle ficaram em lados opostos durante a votação de um projeto de lei aprovado em 2017 na Câmara Municipal do Rio para regularizar ocupações clandestinas.

Nesta quarta-feira (10), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara decide se aprova parecer pela manutenção da prisão de Chiquinho.

A Polícia Federal aponta que a reação de Chiquinho à atuação parlamentar de Marielle, que votou contra o projeto, foi "descontrolada". O projeto chegou a virar lei, mas foi anulado pela Justiça depois.

“Aqui impende destacar que esse cenário recrudesceu justamente no segundo semestre de 2017, atribuído pelo colaborador como sendo a origem do planejamento da execução ora investigada, ocasião na qual ressaltamos a descontrolada reação de Chiquinho Brazão à atuação de Marielle na apertada votação do PLC nº 174/2016, externada pelo assessor Arlei Assucena. No mesmo sentido, apontam diversos indícios do envolvimento dos Brazão, em especial de Domingos, com atividades criminosas, incluindo-se nesse diapasão as relacionadas com milícias e 'grilagem' de terras. Por fim, ficou delineada a divergência no campo político sobre questões de regularização fundiária e defesa do direito à moradia", diz um trecho do relatório.

Chiquinho Brazão foi eleito vereador do Rio pela primeira vez em 2004 e reeleito em 2008, 2012 e 2016, num total de quatro mandatos consecutivos no legislativo municipal. Na última passagem pelo Palácio Pedro Ernesto, o mandato de Chiquinho coincidiu com o de Marielle Franco, de 2017 (início da legislatura) até seu assassinato, em março de 2018. 

Também em 2018, Chiquinho Brazão foi eleito deputado federal, tendo renovado o mandato na eleição de 2022. Ele exerceu também o cargo de secretário municipal de Ação Comunitária da Prefeitura do Rio até fevereiro deste ano, quando pediu exoneração após surgirem os primeiros rumores sobre sua possível participação no crime.

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