Caso Marielle Franco: delator deixou de receber ajuda financeira há um ano
Em delação, Élcio Queiróz revela recebido ajuda mensal de R$ 5 mil de Suel, preso na operação de hoje e supeito de participar dos crimes contra a vereadora e o motorista Anderson Gomes
O ex-policial militar Élcio Queiróz, preso em 2019 suspeito de participar dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes, disse em delação premiada ter recebido por "meses" pelo menos R$ 5 mil de Suel, ex-bombeiro envolvido nos crimes e preso nesta segunda-feira. A quantia, contudo, foi reduzida mês a mês e deixou de ser depositada "do nada" há mais de um ano, revela o delator.
O esquema, de acordo com Élcio, partiu do próprio Suel, que repassava a Ronnie Lessa R$ 10 mil por mês: R$ 5 mil para pagar o advogado de defesa e R$ 5 mil para ajudar nas despesas de Élcio, que estava "passando necessidade". O valor era usado, inclusive, para ajudar a pagar as mensalidades da escola do delator.
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Ao explicar porque a quantia deixou de ser depositada, Élcio levanta dois motivos: a falta de movimentação do processo sobre a morte da vereadora e do motorista; e o fato de Ronnie estar "rico".
"O Suel falou que era dele (o dinheiro) e que não iria dar mais nada pra ninguém. 'O Ronnie tá rico, vou dar nada pra ninguém, isso aí é meu'. [...] Tem quase um ano que não paga nem advogado, nem paga ninguém. Até parou de pagar advogado porque não estava tendo movimentação no processo. Tinha combinado com o advogado quando voltasse a ter movimentação", comenta delator à Polícia Federal.
Ronnie Lessa e Suel se conheceram em Rocha Miranda, área onde ambos serviam como agentes de segurança: Lessa como policial militar do 9ºBPM, e Suel como bombeiro. Os dois viraram amigos e mantinham milícia na região, principalmente com o controle de gatonet.