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Rio de Janeiro

Caso Marielle: Moraes nega pedido de Chiquinho Brazão para ter acesso à delação de Ronnie Lessa

Deputado federal havia solicitado ao STF depoimentos prestados por ex-policial militar preso por execução de vereadora

Chiquinho Brazão Chiquinho Brazão  - Foto: Câmara dos Deputados

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou ao deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) acesso à delação premiada de Ronnie Lessa. O ex-policial militar está preso pelas execuções da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes e afirmou que o parlamentar é um dos mandantes dos crimes.

Assim como o irmão, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Domingos Brazão, e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa, o deputado está preso desde o dia 24 de março, por determinação do próprio ministro. De acordo com as investigações da Polícia Federal, enquanto os irmãos são suspeitos de ordenarem os homicídios, o delegado teria agido para protegê-los.

Nesta quarta-feira, Chiquinho sofreu um revés da Câmara, que manteve sua prisão preventiva. Ao todo, foram 277 votos "sim", 129 votos "não", além de 28 abstenções. Na ocasião, eram necessários, no mínimo, 257 votos (maioria absoluta dos deputados) para seguir a recomendação do parecer aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que recomendou mantê-lo no cárcere.

Na delação, Lessa contou que, no segundo trimestre de 2017, Chiquinho Brazão, então vereador do Rio, demonstrou "descontrolada reação" à atuação de Marielle para "apertada votação do projeto de Lei à Câmara número 174/2016".

Com o projeto, ele e o irmão buscariam a regularização de um condomínio inteiro na região de Jacarepaguá, na Zona Oeste da cidade, sem respeitar o critério de área de interesse social, visando obter o título de propriedade para especulação imobiliária.

Aos investigadores, Lessa relatou também que Barbosa foi uma peça-chave para que os homicídios fossem consumados em 14 de março de 2018, a mando dos Brazão. Ao delegado, caberia garantir uma espécie de imunidade aos envolvidos, ou seja, de alguma forma o inquérito que se sucederia não poderia chegar nos responsáveis pela empreitada criminosa. 

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