justiça

Caso Marielle: "Não sou matador de aluguel"; disse Ronnie Lessa em audiência no STF

O réu disse que todo mundo da polícia sabe que, quando alguém é contratado para assassinar uma pessoa, o contratante dá o dinheiro para comprar a arma, o que não aconteceu no crime da vereadora

O ex-policial militar Ronnie LessaO ex-policial militar Ronnie Lessa - Foto: STF/Reprodução

O réu colaborador Ronnie Lessa negou, em audiência no Supremo Tribunal Federal (STF), ser um matador de aluguel. A resposta foi dada em decorrência de uma pergunta da defesa do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ), Domingos Brazão, um dos réus no homicídio da vereadora Marielle Franco.

Lessa acrescentou que, em seus 20 anos trabalhando nas polícias Militar e Civil, ele sabe como funciona a contratação de um pistoleiro. Segundo ele, geralmente, o contratante da "encomenda" é quem fornece o dinheiro para a aquisição da arma a ser utilizada.

— Não sou matador de aluguel. Mas, com 20 anos de polícia, todo mundo sabe que, para matar, o contratante dá o dinheiro para comprar a arma a ser utilizada — explicou o ex-sargento da PM Lessa.

O delator revelou ainda, em seu terceiro dia de depoimento na ação penal contra os mandantes, como adquiriu a fama de matador de aluguel. Segundo ele, durante as investigações do homicídio do pecuarista Rogério Mesquita — administrador dos negócios da família de Waldomiro Paes Garcia, o Maninho —, morto em 24 de janeiro de 2009, na Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, a Polícia Civil, na época, teria tentado incriminá-lo como o autor do crime.

— Depois que tentaram me imputar a morte do Rogério Mesquita, qualquer homicídio passava a ser atribuído a mim. Mataram um vereador na Linha Amarela, ou ex-vereador, e disseram que tinha sido eu — relatou ele.

Outra pergunta do advogado Roberto Brzezinski Neto, que defende Domingos Brazão, foi sobre o número de pessoas que Lessa teria matado. O desembargador Airton Vieira, que preside a audiência de instrução e julgamento, sob a relatoria do ministro do STF Alexandre de Moraes, indeferiu a pergunta.

— Não estamos num Conselho de Jurados. Por gentileza, precisei intervir — disse o magistrado, que vem conduzindo os depoimentos com muito cuidado e austeridade, buscando evitar intervenções para não prolongar ainda mais as sessões.

Veja também

Governo de Minas Gerais suspende "lei seca" durante as eleições de 2024
Eleições

Governo de Minas Gerais suspende "lei seca" durante as eleições de 2024

STF manda pagar pensão vitalícia a ex-governador de MT que ficou 33 dias no cargo
Justiça

STF manda pagar pensão vitalícia a ex-governador de MT que ficou 33 dias no cargo

Newsletter