Marielle Franco

Caso Marielle: preso, Suel será transferido para presídio federal para não 'pôr em risco' segurança

Maxwell Simões Corrêa é apontado por Élcio de Queiroz, preso desde 2019, como a pessoa que monitorou os passos da parlamentar, além de ter se desfeito de provas e do carro usado no crime

A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) prenderam na segunda-feira (24) o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, na Operação ÉlpisA Polícia Federal (PF) e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) prenderam na segunda-feira (24) o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, na Operação Élpis - Foto: Reprodução/TV Globo

As mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes tiveram uma nova etapa nas investigações nesta segunda-feira. Na Operação Élpis, da Polícia Federal e do Ministério Público do Rio (MPRJ), o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, foi preso em um condomínio de luxo, no Recreio, na Zona Oeste da capital, após delação premiada do ex-PM Élcio de Queiroz, que detalhou o envolvimento de Suel no crime, que, entre as funções, teria sido responsável por monitorar os passos da parlamentar.

O ex-bombeiro aguarda transferência para um presídio de segurança máxima, em outro estado, já que sua permanência em um presídio comum "poderia pôr em risco a ordem pública e toda a segurança do Estado do Rio de Janeiro", segundo documento que determinou a prisão de Suel.

A prisão preventiva de Suel foi determinada pelo juízo da 4ª Vara Criminal da Capital, suspeito de envolvimento nas mortes de Marielle e Anderson, ocorridas na noite de 14 de março de 2018, no bairro do Estácio, região central do Rio. A decisão advém de provas apresentadas pelo Ministério Público, que apontaram para a ligação do ex-bombeiro com o crime, antes, durante e depois dos assassinatos.

Na decisão, a transferência para um presídio federal de segurança máxima é solicitada levando em conta que a presença de Maxwell "em unidade prisional comum poderia pôr em risco a ordem pública e toda a segurança do Estado do Rio de Janeiro" e, com a ida para um presídio de fora do Rio, evita-se "o cometimento de novos delitos" e se garante "a paz social".

No entanto, a decisão determinou que o ex-bombeiro ficasse no presídio de Bangu 1, na Zona Oeste do Rio, enquanto a transferência não é realizada. Até o início da tarde desta terça-feira, Suel não deu entrada na unidade, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).

De acordo com a defesa do ex-bombeiro, que passou por audiência de custódia nesta segunda-feira, a transferência de Suel para Brasília deve acontecer ainda nesta terça-feira, mas que ainda não foi informada para qual local.

A participação de Suel em "graves e audaciosos crimes" cita homicídios, corrupção ativa e organização criminosa armada, de acordo com o TJRJ. Sua ligação com o caso Marielle, além do monitoramento dos passos da vereadora, englobariam, ainda, a troca da placa do carro usado no assassinato e o desmanche do veículo. Cápsulas e munições usadas no crime também teriam sido desfeitas por ele.

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O ex-bombeiro "ostentaria patrimônio incompatível com suas receitas", além de indícios de que integra a exploração de serviços de "gatonet" no bairro de Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio.

Segundo o TJRJ, não há informações sobre quando ocorrerá a transferência de Suel.

Já Élcio de Queiroz — ex-PM que fez acordo de delação premiada cinco anos após o crime — e seu compadre, também ex-policial, Ronnie Lessa, presos desde 2019, aguardam a data de seus julgamentos, quando irão a júri popular. Ambos estão presos em unidades federais: Lessa na Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul; enquanto Élcio na Penitenciária Federal de Brasília.

Primeira confissão desde o assassinato, a delação de Élcio de Queiroz descreve que ele próprio dirigia o Cobalt usado na noite do crime, enquanto o colega Ronnie Lessa é apontado como o responsável por atirar contra as vítimas.

Élcio também cita a ligação de Suel, responsável por monitorar os passos da vereadora antes do crime, com o caso, além de trazer um novo envolvido à tona: Edimilson Oliveira da Silva, assassinado em 2021, que teria sido o intermediário na contratação de Lessa.

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