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Caso Marielle

Caso Marielle: relembre quem são os envolvidos presos e os investigados executados em quase 6 anos

Vereadora e seu motorista, Anderson Gomes, foram mortos em 14 de março de 2018, no Estácio

Caso Marielle FrancoCaso Marielle Franco - Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Prestes a completar seis anos, o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes teve um novo capítulo nesta semana: a prisão, na última quarta-feira, de Edilson Barbosa dos Santos, o Orelha, apontado como o responsável por desmanchar o carro usado no crime. Além de prisões, também há um rastro de mortes entre nomes ligados ao crime neste período; confira abaixo.

Na noite de 14 de março de 2018, a parlamentar e seu motorista passavam de carro — um Agile branco — pelo bairro do Estácio, quando um Cobalt prata emparelhou com o veículo e abriu fogo. Marielle e Anderson morreram na hora, enquanto a assessora da vereadora, Fernanda Chaves, foi a única sobrevivente.

Os ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz estão presos desde 2019, e o caso teve mais um preso no ano passado, quando a delação premiada de Élcio apontou o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, como o responsável por vigiar Marielle e ainda se livrar do carro usado no crime.

Cinco investigados mortos: quem são?

Edmilson da Silva de Oliveira (Macalé)
 

Edimilson Oliveira, o Macalé, foi executado em Bangu, em 2021Edimilson Oliveira, o Macalé, foi executado em Bangu, em 2021  (Foto: Reprodução)

Apontado pela delação premiada do Ex-PM Élcio de Queiroz — acordo firmado em 2023 — como intermediário da contratação de Ronnie Lessa para o crime, Macalé foi morto a tiros em 6 de novembro de 2021. Na ocasião, ele foi executado em Bangu, na Zona Oeste do Rio, quando caminhava para o seu carro. Ele caminhava para o veículo com gaiolas, já que levava seu curió para um evento de amantes de pássaros.

Adriano da Nóbrega

Adriano Magalhães da Nóbrega, ex-capitão do Bope e suspeito de integrar milíciaAdriano Magalhães da Nóbrega, ex-capitão do Bope e suspeito de integrar milícia  (Foto: Reprodução)

O ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega teria se negado a realizar o crime, antes de Lessa ser procurado para fazê-lo. As investigações sobre o duplo homicídio, no entanto, tinham sido o fio da meada para a Operação Intocáveis, do MPRJ com a Polícia Civil, que atingiria a cúpula da mais antiga milícia do Rio, da qual Adriano era acusado de fazer parte.

Apontado como chefe do bando de pistoleiros do Escritório do Crime, ele ficou foragido por cerca de um ano, até ser localizado em um sítio no interior baiano, onde foi morto em uma troca de tiros com policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Bahia, com apoio da inteligência da Polícia Civil fluminense.

Luiz Carlos Felipe Martins
Considerado braço direito de Adriano, o segundo-sargento Luiz Carlos Felipe Martins, conhecido como Orelha (apelido homônimo do preso nesta semana), também foi morto a tiros, em 20 de março de 2021. Homens que estavam num carro dispararam contra o PM em uma rua de Realengo, Zona Oeste carioca. Ele estava de folga.

Hélio de Paulo Ferreira (Senhor das Armas)
Hélio de Paulo Ferreira, o Senhor das Armas, foi assassinado em 28 de fevereiro de 2023, na Rua Araticum, área disputada por milicianos e traficantes que ficou conhecida como a rua da morte, no Anil, também na Zona Oeste. Ele foi outro que chegou a ser investigado no inquérito Marielle e Anderson.

Lucas do Prado Nascimento da Silva (Todynho)
Lucas do Prado Nascimento da Silva sofreu uma emboscada na Avenida Brasil, na altura de Bangu, possivelmente como uma queima de arquivo. Todynho era suspeito de ter participado da clonagem do Cobalt prata usado na execução de Marielle e Anderson. Ele teria atuado na confecção dos documentos falsos do veículo, segundo relatório de inquérito assinado pelo titular da Delegacia de Homicídios na época, Giniton Lages.

 

Quatro homens estão presos
Ronnie Lessa foi preso em março de 2019 pela participação nos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes. Na delação de Élcio de Queiroz, ele é apontado como autor dos disparos que mataram a vereadora e seu motorista. Lessa foi expulso da PM e condenado, em 2021, a quatro anos e meio de prisão pela ocultação das armas que teriam sido usadas no crime.

 Élcio de Queiroz é ex-sargento da Polícia Militar e foi expulso da corporação em 2015. Em sua delação, afirmou que dirigia o carro que perseguiu o veículo onde estavam a vereadora e seu motorista.

 

 

 

Élcio preso desde 2019 e fez a delação premiada na qual apontou a participação de mais uma pessoa, Maxwell Simões Corrêa, o Suel, nas mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes.

Suel, que responde ao processo, é ex-sargento do Corpo de Bombeiros e é acusado de ter cedido um carro para a quadrilha, esconder as armas após o crime e auxiliar no descarte delas. Segundo Queiroz, o ex-bombeiro também participou de uma tentativa frustrada de matar a vereadora em 2017. Naquela ocasião, Maxwell, que estava dirigindo, não teria conseguido emparelhar com o táxi onde estava Marielle na hora que Lessa mandou.

Na última quarta-feira, foi a vez de Edilson Barbosa dos Santos, o Orelha, ser preso. Ele é apontado como dono do ferro-velho que desmanchou o Cobalt prata, usado no assassinato. Segundo a denúncia da Força-Tarefa do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado para o caso Marielle Franco e Anderson Gomes (Gaeco/FTMA), o Cobalt foi levado até Edilson no dia 16 de março de 2018. Conforme os promotores, o dono do ferro-velho "embaraçou a investigação", uma vez que deu sumiço ao veículo usado no homicídio.

Além deles, outras quatro pessoas também foram presas em desdobramentos do caso, e que foram soltos. Em 2019, alvos da Operação Submersus, Elaine de Figueiredo Lessa (mulher de Ronnie), Bruno Figueiredo (cunhado de Ronnie, irmão de Elaine) e os supostos cúmplices do ex-policial foram presos preventivamente.

Ela era suspeita de comandar as ações para sumir com as armas do marido e apagar vestígios da quadrilha, enquanto seu irmão teria ajudado na empreitada. Os outros alvos dessa operação foram José Márcio Mantovano, o Márcio Gordo, flagrado retirando uma caixa — supostamente com armas — de um apartamento de Ronnie Lessa no bairro do Pechincha.

Já Josinaldo Lucas Freitas, o Djaca, teria sido o destinatário das supostas armas recolhidas por Márcio Gordo. Djaca teria ainda alugado um barco para se livrar do armamento em alto mar.

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