Logo Folha de Pernambuco

Governo Federal

CGU determina retirada de sigilo de sindicâncias militares, como a do caso Pazuello

Ministro divulgou hoje um parecer com 12 orientações para a retirada de sigilos impostos pelo governo Bolsonaro

Eduardo PazuelloEduardo Pazuello - Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O ministro da Controladoria-Geral da União, Vinícius Marques de Carvalho, anunciou, nesta sexta-feira (3), um parecer com 12 orientações para a retirada de sigilos impostos pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O mais emblemático deles determina que "são passíveis de acesso público" procedimentos disciplinares instaurados contra servidores militares ou civis já julgados. Neste caso, se encaixa o processo do ex-ministro da Saúde e hoje deputado federal, Eduardo Pazuello (PL-RJ).

Na época em que ainda era general da ativa, Pazuello compareceu a um ato político ao lado de Bolsonaro, no Rio. Apesar de o regulamento proibir a participação em manifestações do tipo, o Exército não viu transgressão disciplinar, arquivou o processo e impôs um sigilo de cem anos aos autos, sob a alegação que “não haveria interesse público”.

Durante o governo Bolsonaro, a CGU manteve o segredo, liberando apenas o extrato sob o pretexto de que a publicização poderia impactar a "hierarquia". Com o novo parecer, os autos do processo devem finalmente vir a público.

Nesta sexta, o ministro explicou que a CGU sempre teve um entendimento de que sindicâncias instauradas contra servidores públicos deveriam vir a público quando o processo fosse encerrado. O entendimento foi alterado na gestão Bolsonaro no caso do Pazuello.

A CGU nunca fez distinção entre processos disciplinares públicos entre servidores e militares. Essa sempre foi a posição da CGU. Essa mudança de posição ocorreu nos últimos anos, o que estamos fazendo agora é resgatar a postura que sempre foi histórica no órgão, afirmou o ministro.

O fim dos sigilos foi uma das principais promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro de esconder informações de interesse público para proteger a si, familiares, e a aliados.

Logo no início do governo, Lula fixou um prazo de até 30 dias para a CGU reavaliar todos os sigilos impostos pelo anterior. O prazo se encerrou nesta semana.

Carvalho divulgou hoje o resultado dos trabalhos da reavaliação desses sigilos. Segundo ele, a partir desse parecer, serão reavaliados o segredo de 234 processos, 111 relacionados à segurança nacional, 35 referentes à segurança do presidente e familiares, 49 de informações pessoais, 16 de atividades de inteligência e 23 classificados como "outros".

Veja também

Inquérito do golpe traz ''fatos graves'', mas democracia ''é maior do que isso tudo'', diz Fachin
OPERAÇÃO CONTRAGOLPE

Inquérito do golpe traz ''fatos graves'', mas democracia ''é maior do que isso tudo'', diz Fachin

Elmar defende apoio a Lula em 2026, e Caiado rebate: "O União jamais vai caminhar com o PT"
Lula

Elmar defende apoio a Lula em 2026, e Caiado rebate: "O União jamais vai caminhar com o PT"

Newsletter