Chefe do GSI, Gonçalves Dias alega motivos de saúde e falta em audiência no Congresso
Ministro iria ser questionado sobre a ação do GSI no dia 8 de janeiro; órgão é responsável pela segurança do Palácio do Planalto
O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general da reserva Gonçalves Dias, alegou motivos de saúde e faltou à comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados. Ele havia sido convidado para falar sobre a ação do GSI nos ataques do dia 8 de janeiro em sessão agendada para esta quarta-feira. O órgão era o responsável pela segurança do Palácio do Planalto, que foi invadido e depredado por manifestantes golpistas.
O general entregou um atestado médico à Presidência da Comissão na Câmara. Deputados governistas confirmaram que ele passou mal e não pode comparecer.
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Estratégia da oposição
A Comissão de Segurança Pública da Câmara é dominada por deputados bolsonaristas e filiados ao PL, como o general Pazuello (PL-RJ) e o delegado Ramagem (PL-RJ), e tem sido utilizada pela oposição para emparedar os ministros do governo Lula.
O primeiro foi o ministro da Justiça, Flávio Dino, que foi convidado para se explicar sobre a visita à comunidade do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. Ele acabou deixando a sessão no meio em meio a um embate entre bolsonaristas e governistas. Outro convocado foi o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, que foi questionado sobre a sua posição favorável à descriminalização das drogas.
Quem é Gonçalves Dias?
O general GDias, como é conhecido, atuou no comando da segurança pessoal do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entre 2003 e 2009.
Na época, ficou conhecido como “sombra” de Lula, ao estar ao lado do petista em todos os deslocamentos, de compromissos oficiais a programas mais amenos, como pescaria.
Após as duas primeiras gestões de Lula, GDias foi chefe da Coordenadoria de Segurança Institucional da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Neste período foi promovido ao posto de general.
Na campanha, GDias voltou a dar apoio a equipe de segurança do petista. A empresa de segurança do militar foi contratada para auxiliar na montagem dos eventos que Lula participou pelo país.
Durante a transição, GDias foi indicado para integrar a equipe do grupo temático na área de inteligência estratégica. Por ser militar, GDias é também um dos conselheiros e interlocutores de Lula junto as Forças Armadas.