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8 de Janeiro

Chefe interino do GSI diz que debaterá 'papel institucional' do gabinete após viagem de Lula

Ricardo Cappelli assumiu interinamente o Gabinete de Segurança Institucional

 Uma das missões de Capelli será fazer um novo "pente-fino" no GSI. Uma das missões de Capelli será fazer um novo "pente-fino" no GSI. - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Ricardo Cappelli, que assumiu interinamente o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) após a demissão do general Gonçalves Dias, afirmou nesta quinta-feira que está discutindo o papel institucional do ministério e que apresentará uma avaliação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no retorno da sua viagem para a Europa.

Como o Globo mostrou, a demissão de GDias deu força a um movimento no governo para extinção do órgão, tradicionalmente comandado por militares.

– A gente está levantando as informações e vamos apresentar uma análise, uma avaliação, no retorno da viagem do presidente. Mais importante do que civil, militar, são as definições, atribuições, o papel institucional. A gente tem feito essa discussão e tem total sintonia tanto com civis quanto com o comando do Exercito.

A pasta, que já havia sido esvaziada no início do ano, deverá ser reestruturada a partir de agora e pode perder o status de ministério. Uma das missões de Capelli será fazer um novo "pente-fino" no GSI. O interino, no entanto, afirmou que ainda está fazendo um levantamento de dados com "tranquilidade, equilíbrio e firmeza" para apresentar ao presidente.

GDias, como o ministro é conhecido, pediu demissão do cargo após a divulgação das imagens do circuito interno das câmeras de segurança do Palácio do Planalto. Na gravação, GDias e outros militares do GSI aparecem circulando ao lado dos invasores sem apresentar nenhum tipo de resistência.

Após a demissão de GDias, integrantes do governo passaram a defender a ideia de que retirar a maior quantidade possível de militares atualmente lotada no GSI e transformar em uma secretaria. Abaixo dessa nova estrutura, ficariam a Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata do Presidente da República — responsável pela proteção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice, Geraldo Alckmin, e seus familiares —, além da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que foi deslocada para a Casa Civil.

Um dos argumentos de quem defende a mudança é o de que não há nenhum país com tradição democrática que possui estruturas como o GSI dentro do palácio do governo ou cuidando da segurança presidencial. Essa será uma das considerações levadas a Lula para convencê-lo da ideia.

Há, ainda, uma discussão se o cargo de ministro, casa o GSI mantenha o status, continuará ou não a ser ocupado por um militar. Capelli afirmou que isso ainda não está em discussão e que está em "total sintonia tanto com civis quanto com o comando do Exercito".

Sobre o vazamento das imagens, Capelli afirmou que começou hoje a tentar identificar os responsáveis e espera "ter respostas nos próximos dias".

— Hoje é o primeiro dia, então a gente está levantando informações, tem que responder às questões solicitadas pelo Supremo Tribunal Federal e a gente vai fazer tudo com tranquilidade, firmeza, em perfeita sintonia, porque o nosso objetivo é a estabilidade. Então a gente vai fazer tudo com tranquilidade para garantir a estabilidade e a normalidade da atuação do Gabinete de Segurança Institucional.

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