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Colega de Bolsonaro e cargo em Miami: quem é o pai de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do presidente

General Mauro César Lorena Cid foi contemporâneo de ex-presidente na Academia Militar de Agulhas Negras

Mauro Cid e o ex-presidente Jair BolsonaroMauro Cid e o ex-presidente Jair Bolsonaro - Foto: Reprodução / Alan Santos / PR / Divulgação

Preso há mais de uma semana em operação que apura fraude em dados de vacinação contra Covid-19, o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid possui ligações com o ex-presidente Jair Bolsonaro que vão além de ter sido seu ajudante de ordens. Seu pai, o general Mauro Cesar Lourena Cid, foi colega de Bolsonaro nas turmas de cadetes da Academia Militar de Agulhas Negras (Aman), em Resende, no sudoeste do Rio, nos anos 1970.

Tido por outros militares como discreto, de personalidade conciliadora e discreto, o general dirigiu o Departamento de Educação do Exército e passou à reserva em 2019 para assumir um cargo em Miami, nos Estados Unidos, no início do governo Bolsonaro. Ele foi escalado pelo velho colega de Aman para chefiar o escritório brasileiro da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). Ele ficou no posto até o início deste ano.

A Apex é um serviço social autônomo vinculado ao Ministério das Relações Exteriores por meio de um contrato de gestão e atua para promover os produtos e serviços do país no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira. A agência foi criada em 2003 pelo governo federal.

A família está na sua terceira geração de militares. O pai de Lourena Cid — avô do ex-ajudante de ordens —, Antônio Carlos Cid, foi coronel do Exército. Ele se formou em 1955 na Aman e chegou a trabalhar na Casa Militar sob as ordens do general Bayma Denys durante o governo de José Sarney.

Lourena Cid é um dos que tem visitado o filho com frequência no Batalhão de Polícia do Exército de Brasília, desde a semana passada. Com mais de 20 anos de Exército, o tenente-coronel se preparava para assumir um posto também nos Estados Unidos quando foi nomeado para ser ajudante de ordens de Bolsonaro, pouco antes da posse do ex-presidente, em janeiro de 2019. Procurado pelo GLOBO, ele não retornou aos contatos.

Como mostrou o colunista do Globo Lauro Jardim, o general Lourena Cid tem demonstrado irritação a colegas de caserna e disse a interlocutores que não admitirá que o seu filho seja deixado para trás. Chegou a ir na semana passada ao Quartel General do Exército, em Brasília, para conversar sobre a situação do filho.

De acordo com o inquérito da Polícia Federal, Mauro Cid é suspeito de envolvimento no esquema que forjou dados de vacinação no sistema do Ministério da Saúde. A investigação identificou mensagens e documentos que apontam fraude em seu cartão de imunização, além do de sua mulher e filhas. A PF apura crimes como sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.

A partir de uma busca e apreensão feita em sua casa, na Vila Militar do Distrito Federal, quando foram localizados US$ 35 mil em espécie, o tenente-coronel também será investigado por lavagem de dinheiro. Ele também figura em inquéritos que apuram violação de sigilo funcional, incitação ao crime e por suspeita de tentar liberar joias sauditas do ex-presidente que não foram declaradas a Receita Federal.

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