Com 12 ministérios, PT admite perder espaço na Esplanada em nova reforma
Presidente da sigla, Gleisi espera ser chamada por Lula "para tratar desse assunto", diz dirigente ao Valor
O PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já antevê a possibilidade de perder espaços no governo em uma eventual reforma ministerial neste início de 2025.
Segundo a presidente da sigla, Gleisi Hoffmann, em declarações ao jornal Valor, há a expectativa de que o assunto seja discutido em breve com Lula.
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Atualmente, o PT comanda 12 ministérios, de um total de 39 pastas no governo.
— Estou esperando o presidente Lula me chamar para tratar desse assunto - afirmou Gleisi ao jornal.
A possibilidade de uma reforma ministerial ainda neste mês veio à tona em uma entrevista do ministro da Casa Civil, Rui Costa, à GloboNews na semana passada.
Segundo Costa, um dos 12 petistas com assento no primeiro escalão do governo, Lula pretende fazer mudanças até a primeira reunião ministerial do ano, marcada para o dia 21, na próxima segunda-feira.
A primeira mudança já ocorreu na última semana, com a substituição do petista Paulo Pimenta, ex-ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), pelo marqueteiro Sidônio Palmeira.
Responsável pela campanha presidencial de Lula em 2022, Sidônio, embora não seja filiado ao PT, tem histórico de coordenar eleições de petistas na Bahia.
Na entrevista ao Valor, Gleisi disse que a entrada de Sidônio tem a capacidade de melhorar a comunicação do governo, já que o marqueteiro "traz a bagagem da campanha, conhece as propostas e tem proximidade com Lula".
A dirigente também fez um elogio a Pimenta, o antecessor na Secom, e disse que o colega petista "fez o enfrentamento necessário" nos dois primeiros anos de governo.
Atualmente, além da Casa Civil, filiados ao PT comandam outras três pastas consideradas "da cozinha" do governo: Relações Institucionais, Secretaria-Geral da Presidência e Advocacia-Geral da União (AGU).
O partido de Lula também comanda as pastas da Fazenda, Educação, Direitos Humanos, Desenvolvimento Social, Igualdade Racial, Mulheres, Trabalho e Desenvolvimento Agrário.
Uma das possibilidades debatidas nos bastidores do governo é de que a reforma ministerial amplie a participação do Centrão na articulação política. Um dos nomes que podem perder o cargo é o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, deputado federal licenciado.