Logo Folha de Pernambuco

CPI do 8 de Janeiro

Com anuência de governistas, comissão aprova convocação de GDias, ex-ministro de Lula

Data do depoimento ainda será agendada, mas base quer que ele seja um dos últimos a ser ouvido

Gonçalves Dias e o presidente Lula Gonçalves Dias e o presidente Lula  - Foto: Ricardo Stuckert / PR

Após uma resistência da base do governo sobre convocar Marco Edson Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), na CPI mista do 8 de Janeiro no Congresso, parlamentares governistas cederam a pressão e corroboram para que o general seja ouvido no colegiado.

O requerimento de convocação de GDias foi aprovado de forma simbólica na comissão e a data para sua oitiva ainda não foi marcada. Segundo o presidente da comissão, Arthur Maia (União-BA), a aprovação foi firmada em um acordo com a relatora Eliziane Gama (PSD-MA).

O general só deverá ser ouvido mais para frente porque a comissão quer seguir uma cronologia dos acontecimentos que levaram ao 8 de janeiro, iniciando nas eleições de 2022.

A base do governo de Luiz Inácio Lula da Silva vinha barrando a convocação do general, apesar da pressão de bolsonaristas para que ele fosse chamado. Na semana passada, o presidente da CPI do 8 de Janeiro, deputado Arthur Maia (União-BA), se queixou do fato de o colegiado ter rejeitado convocar alguns dos nomes pedidos em requerimentos.

O general de Lula
O ex-ministro do GSI trabalhou no governo do presidente Luiz Inácio Lula Silva e saiu após ser flagrado por câmeras de segurança interagindo com os autores dos ataques dentro do Palácio do Planalto. A oposição tenta emplacar a tese de que o governo Lula se omitiu.

Deputados da base afirmam que ainda não é o momento de se ouvir o ex-GSI no colegiado e que ele será chamado em um momento oportuno.

GDias foi um dos campeões de pedidos de convocação. A maioria foi apresentado por parlamentares da oposição, como Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e delegado Ramagem (PL-RJ), mas também há da base do governo, como Rafael Brito (MDB-AL) e Duarte (PSB-MA).

Para oposição, GDias é um personagem crucial nas investigações e tem sido o alvo preferido de críticas de suposta negligência do governo nas invasões aos prédios públicos ocorridas no 8 de janeiro. Embora tenha maioria na CPI, o governo avalia que a oposição vá explorar documentos que apontem suspeita de falha de avaliação do risco de invasão.

Sigilo x investigado
Governistas acordaram com a convocação depois que a oposição desistiu de pressionar pela aprovação de pedidos de documentos sigilosos.

"Enquanto tiver investigado na comissão, não vamos aceitar os pedidos de documentos sigilosos" afirmou o deputado Rubens Pereira Junior (PT-MA).

A base pede para que o deputado André Fernandes (PL-CE), autor do pedido de criação da CPI, seja expulso da comissão. Ele é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de incitar os atos golpistas de 8 de janeiro.

Requerimento de informação
Antes da aprovação da convocação de GDias, os parlamentares aprovaram também um bloco de pedidos de informação, excluindo documentos sigilosos.

Foi aprovado o pedido do inteiro teor de inquéritos e processos, inclusive os já arquivados, sobre os atos golpistas. Foi pedido também ao Supremo Tribunal Federal (STF) dados constantes de inquéritos relacionados ao financiamento de atos antidemocráticos.

Veja também

Fim da escala 6x1: ainda engatinhando na Câmara, PEC de Erika Hilton ganha fôlego nas redes sociais
trabalho

Fim da escala 6x1: PEC ganha fôlego nas redes sociais

Congresso gastou R$ 85 mil com viagens de bolsonaristas aos Estados Unidos em vitória de Trump
custoss

Congresso gastou R$ 85 mil com viagens de bolsonaristas aos Estados Unidos em vitória de Trump

Newsletter