Com assessores na mira da PF, Jordy e Sóstenes alegam 'pouquíssimas informações' e 'perseguição'
Corporação investiga desvio de cotas parlamentares por meio de falsos contratos de aluguel de carros
Os deputados federais Carlos Jordy e Sóstenes Cavalcante, ambos do PL do Rio de Janeiro, afirmaram ter recebido com surpresa a operação deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira contra funcionários ligados a eles.
A corporação cumpre mandados de busca e apreensão por um suposto esquema de uso de recursos de cota parlamentar para pagamentos irregulares, que envolveriam contratos falsos com locadoras de veículos.
Em entrevista ao Globo, Sóstenes Cavalcante disse conhecer dois alvos da operação — seu motorista e a dona da empresa de aluguel de carros, que seria cunhada de seu funcionário, moradora de Tocantins.
Segundo o parlamentar, ele usa serviços desta companhia desde seu primeiro mandato, em 2015. A cunhada do motorista só teria comprado a empresa neste ano.
Leia também
• PF faz operação de busca e apreensão contra assessores de Carlos Jordy e Sóstenes Cavalcante
• Sóstenes faz vídeo de campanha para aliado e condiciona emenda de R$ 600 mil a voto em candidato
— Fiquei sabendo pela imprensa que seria um carro que alugo há muitos anos em Brasília e a mesma empresa alugaria também para o Jordy. Alugo na empresa desde meu primeiro mandato, sempre procurei o melhor preço, sempre fui muito cuidadoso com cota parlamentar, detalho cada abastecimento — disse o deputado.
Sóstenes Cavalcante afirmou "não ter nada a esconder" e alegou a possibilidade de "perseguição".
— Tenho nada a esconder, podem revirar o que quiserem, não quero acreditar que seja mais um capítulo de perseguição contra parlamentares de direita — afirmou.
Assim como Sóstenes, Jordy disse ter "pouquíssimas informações" sobre o inquérito.
— Ainda estou tentando entender exatamente o que está acontecendo. Não tenho muitas informações. Aliás, tenho pouquíssimas. Só sei que se trata de medida que envolve o aluguel do meu carro.
De acordo com informações da PF, a operação foi denominada "Rent a Car" em referência ao suposto esquema, no qual uma empresa de locação de veículos era usada para simular contratos de prestação de serviços.
Ainda segundo os investigadores, agentes públicos e empresários teriam firmado um "acordo ilícito para o desvio de recursos públicos oriundos de cotas parlamentares" a partir dessa prática.