Política

Com Bolsonaro inelegível, ex-deputado Jean Wyllys anuncia volta ao Brasil

Político estava exilado desde 2019, quando abriu mão de seu mandato e deixou o país por sofrer ameaças de apoiadores do ex-presidente

Jean WyllysJean Wyllys - Foto: Reprodução Instagram

O ex-deputado federal Jean Wyllys, um dos principais opositores de Jair Bolsonaro no Congresso, anunciou seu retorno para o Brasil nesta sexta-feira, mesmo dia em quem o ex-presidente foi condenado à inelegibilidade por oito anos pelo Superior Tribunal Eleitoral (TSE). A volta foi divulgada em suas redes sociais e comemorada até mesmo pela primeira-dama, a socióloga Rosângela da Silva.

 

Em postagem no Twitter, Wyllys divulgou uma foto em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília, e reforçou seu apoio ao atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Cores vivas: meu Brasil não é só verde-índigo e amarelo! Já em Brasília, no palácio onde meu presidente @LulaOficial trabalha!", escreveu.

O retorno de Wyllys foi comemorado, inclusive, pela mulher de Lula, a Janja, que postou um vídeo desejando boas vindas ao ex-deputado. Na mídia, há ainda registros dos dois juntos e fotos de Wyllys com o presidente.

O ex-parlamentar anunciou que deixaria o país em janeiro de 2019, dias após a posse de Jair Bolsonaro como presidente. À época, ele optou por não assumir o novo mandato como deputado federal para o qual tinha sido eleito. A decisão de morar no exterior, segundo ele, foi por conta das ameaças que vinha recebendo pelas redes sociais, no telefone do gabinete em Brasília e em seu e-mail pessoal. Os textos levaram a Polícia Federal a abrir cinco investigações e obrigaram Jean Wyllys, enquanto deputado, a andar com escolta policial.

Em entrevista ao GLOBO em março deste ano, da Espanha, onde vivia, o ex-político já havia anunciado sua intenção de retornar ao país, mas afirmou não saber ao certo quando isso aconteceria.

"Sei que quero voltar e vou voltar. Espero que (até lá) o novo governo conceda a medida cautelar de proteção à minha vida requerida pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA e negada por Michel Temer. Negada talvez por eu ter sido central na resistência ao golpe, no Congresso e nas mídias sociais. Espero que o governo Lula, não só no plano simbólico, mas também no prático, dê condições para que eu, Marcia Tiburi, a (antropóloga) Debora Diniz e outros exilados possam retornar e atuar intelectual e politicamente no Brasil", falou o ex-parlamentar.

Wyllys fez oposição intensa ao presidente eleito e chegou a cuspir nele, em 2016, após discussão durante a votação do impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT) na Câmara.

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