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Com Braga Netto, chega a oito o número de militares presos por trama golpista; 27 foram indiciados

Candidato a vice-presidente em 2022 é o primeiro coronel general quatro estrelas a ser detido pós-ditadura

O general Walter Braga NettoO general Walter Braga Netto - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Ao ser preso na manhã deste sábado em operação da Polícia Federal no Rio de Janeiro, o general Walter Braga Netto se tornou o oitavo militar a ser detido por suposto envolvimento na trama golpista que sucedeu as eleições presidenciais de 2022.

Candidato a vice-presidente na chapa de reeleição de Jair Bolsonaro (PL), Braga Netto é o primeiro general quatro estrelas, da mais alta patente, a ser preso desde a redemocratização.

A investigação que apura a tentativa de golpe de Estado no país indiciou, até o momento 27 militares ligados a um grupo de elite no Exército que realiza missões especiais, apelidado de "kids preto".

O primeiro a ser preso foi o ex-ajudantes de ordens de Bolsonaro e tenente-coronel, Mauro Cid.

A primeira vez se deu em maio de 2023. Em setembro, após firmar um acordo de delação premiado, foi solto. Neste ano, contudo, ficou pouco mais de um mês preso após um áudio seu sobre as investigações ter vazado em março, o que as autoridades entenderam como um desrespeito às regras da delação.

Em fevereiro, os coronéis Bernardo Romão Corrêa Neto e Marcelo Câmara tiveram o mesmo destino. Segundo a PF, Neto seria o articulador operacional do golpe, enquanto Câmara, o informante do ex-presidente. Os dois foram liberados e cumprem prisão domiciliar desde março e maio, respectivamente.

Além da trama golpista, Bernardo Romão Corrêa neto é acusado de ter feito vista-grossa durante os ataques antidemocráticos do oito de janeiro.

Ele teria convocado reuniões com homens das Forças Especiais para que não contivessem os golpistas do 8 de Janeiro de 2023, o que teria permitido que as sedes das instituições em Brasília fossem depredadas.

Em novembro deste ano, quatro foram presos no mesmo dia: o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima e Rafael Martins de Oliveira, que foram afastados de suas funções em fevereiro, o general de brigada Mario Fernandes, reformado em março, e o major da infantaria Rodrigo Bezerra, que estava no Rio para auxiliar nas operações do G20.

Deste grupo, Mario Fernandes é ligado ao deputado federal e ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello (PL-RJ), foi ministro-interino da secretaria-geral da Presidência durante o mandato de Jair Bolsonaro (PL) e teria trocado mensagens com Cid sobre a trama golpista. Ferreira Lima, por sua vez, chegou a integrar o Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Indiciados
Entre os demais indiciados, dois militares chegaram a ser presos, mas em outras investigações. O capitão Ailton Gonçalves Barros foi detido por suspeita de ter intermediado a fraude do cartão de vacina que teria sido usado pelo ex-mandatário para entrar nos Estados Unidos em seu autoexílio após Lula ter assumido a Presidência.

Outro nome que figura na lista de indiciados é o subtenente Giancarlo Gomes Rodrigues, que chegou a ser detido em operação que apurava um suposto monitoramento ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

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