Com dificuldade para unir candidatos, Lira faz última rodada de conversas com postulantes à sucessão
Presidente da Câmara estipulou o fim de agosto como limite para indicar o seu candidato à sucessão
Deputados que se colocam como candidatos à sucessão de Arthur Lira (PP-AL) para presidência da Câmara vivem momentos de tensão com a proximidade do fim de agosto, prazo estipulado pelo alagoano para anunciar o nome que terá o seu apoio.
Depois de se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na quarta-feira, Lira deve conversar com Marcos Pereira (Republicanos-SP) e Antônio Brito (PSD-BA) ainda nesta quinta-feira.
Ainda concorrem ao posto Elmar Nascimento (União-BA), considerado o mais próximo de Lira, e Isnaldo Bulhões (MDB-AL). Nas últimas semanas, o presidente da Casa tentou criar um consenso em torno de um único nome, que teria um grande arco de apoio.
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A possibilidade de união, contudo, é considerada "nula" pélos postulantes. Brito e Pereira, por exemplo, já informaram que pretendem levar as suas candidaturas adiante.
Neste sentido, a reunião com Lula buscou um alinhamento com o governo para impedir que o deputado do PP esteja de um lado diferente do Palácio do Planalto na disputa. O próprio Lula chegou a falar na segunda-feira, em reunião com deputados, que o governo não iria lançar um candidato.
Na última terça-feira, o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia promoveu um jantar que reuniu parlamentares que devem ser adversários de Elmar. Estavam presentes Brito, Marcos Pereira, Bulhões (AL), o presidente do MDB, Baleia Rossi (SP), o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e o líder do Republicanos, Hugo Motta (PB).
Segundo presentes, Marcos Pereira e Brito foram a uma sala reservada para conversar a sós durante uma parte da confraternização. Apesar disso, aliados dos dois negam ter fechado qualquer acordo para unir as candidaturas.
Do outro lado, ontem o senador Weverton Rocha (PDT-MA) foi o anfitrião de um encontro que reuniu Elmar Nascimento e os principais nomes do PDT e do PSDB.
Estiveram nesta reunião o presidente do PSDB, Marconi Perillo, o deputado Aécio Neves (PSDB-MG), o presidente interino do PDT, André Figueiredo, e o ministro da Previdência, Carlos Lupi, que é presidente licenciado do PDT.
O PDT já anunciou publicamente um "indicativo de apoio" a Elmar. O PSDB, por sua vez, não anunciou uma posição pública, mas tende a apoiá-lo também.
Segundo Figueiredo, que também é líder da maioria na Câmara, Elmar não comentou na quarta-feira se Lira já bateu o martelo sobre o candidato apoiado por ele.
— Não tocamos nesse assunto. O Arthur vai resolver ainda — disse.
O deputado declarou ainda que as reuniões com o parlamentar do União aumentaram depois de ele assumir a liderança do bloco partidário que reúne, além de seu próprio partido, PP, PDT, PSDB, Cidadania, Avante, PRD e Solidariedade.
— A gente tem se reunido com os partidos que compõem o bloco e Elmar agora é líder do bloco. Foi uma coisa informal, só discutimos mesmo o Brasil e as eleições agora de outubro.