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GOVERNO FEDERAL

Com Gleisi na articulação política, Lula mantém núcleo duro do governo nas mãos do PT

Deputada vai assumir chefia das Relações Institucionais no lugar de Alexandre Padilha

Gleisi, Lula e PadilhaGleisi, Lula e Padilha - Foto: Ricardo Stuckert/PR

Cobrado a abrir o núcleo central do governo a partidos aliados para refletir a frente ampla que o elegeu em 2022, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mais uma vez resistiu e manteve os ministérios com assento no Palácio do Planalto nas mãos exclusivamente de petistas.

O Centrão queria o líder do MDB, Isnaldo Bulhões (MDB-AL), no comando da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) com o argumento de que o governo teria mais facilidade para aprovar seus projetos no Congresso. O presidente, porém, não cedeu a esse apelo.

Nos seus governos anteriores, Lula havia aceitado entregar o comando da articulação a outras legendas. Em seu primeiro mandato, Aldo Rebelo, na época no PCdoB, ocupou a função.

No segundo governo, o petista colocou dois nomes de centro no comando da articulação política: Walfrido dos Mares Guia e José Múcio, hoje ministro da Defesa. Ambos ocuparam a pasta quando estavam filiados ao PTB.

De acordo com aliados, Lula entendeu que mesmo que fizesse o movimento de abertura não conseguiria ter a garantia de que o partido do ministro escolhido estaria com ele ou com o nome que indicar na eleição de 2026. Sendo assim, teve uma preocupação principal de tentar organizar a linha política do governo com uma pessoa de sua estrita confiança ao seu lado.

Pesou também contra Isnaldo o fato de o líder do MDB não ter intimidade com o presidente. Com necessidade de despachos quase diários, Lula quer ter na articulação política uma pessoa com quem tenha liberdade.

Aliados de Gleisi Hoffmann acreditam que para compensar a escolha de uma petista para a SRI, Lula deve escalar um nome de um partido de centro para a liderança do governo na Câmara, no posto que hoje é ocupado pelo petista José Guimarães (CE).

Também possuem gabinete no Palácio do Planalto os ministérios da Casa Civil, que tem em sua chefia o petista Rui Costa; a Secretaria de Comunicação Social (Secom), comandada por Sidônio Palmeira, que não é filiado ao partido, mas foi o marqueteiro de Lula na campanha de 2022 e atuou em outras campanhas da legenda na Bahia; o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), liderado pelo general Marcos Amaro; e a Secretaria-Geral, hoje com o petista Márcio Macêdo. Existe chance de Macêdo ser substituído por um outro nome do PT.

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