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Visita Macron

Macron pede cooperação tecnológica com Brasil para desenvolver 1º submarino nuclear da AL

Em visita ao Complexo Naval em Itaguaí, presidente francês elogiou parceria entre países e disse que foi desenvolvida uma relação fraternal entre as Forças Armadas, inclusive em aspectos estratégicos

Lula com o presidente da França, Emmanuel MacronLula com o presidente da França, Emmanuel Macron - Foto: Ricardo Stuckert

O presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu nesta quarta-feira, a cooperação tecnológica com o Brasil para desenvolvimento do primeiro submarino nuclear da América Latina. Em visita ao Complexo Naval em Itaguaí, no Rio de Janeiro, ele elogiou a parceria entre os países e disse que foi desenvolvida uma relação fraternal entre as Forças Armadas, inclusive em aspectos estratégicos.

— Nós temos a convicção de que podemos criar uma nova página na cooperação estratégica entre nossos países — declarou Macron, acompanhado do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. — Meu querido Lula, esse será o local da construção de alguns dos submarinos mais avançados do mundo, e o único [nuclear] do Hemisfério Sul. Hoje posso te dizer, você tinha razão de acreditar [no Prosub, o Programa de Desenvolvimento de Submarinos, fruto de uma parceria entre o Brasil e a França firmada em 2008, cujo orçamento é de cerca de R$ 40 bilhões.], e hoje tem razão para sorrir.

Lula e Macron visitaram o Complexo Naval em Itaguaí, nesta quarta-feira, por ocasião do batismo e lançamento ao mar do submarino “Tonelero” (S42), terceiro Submarino Convencional com Propulsão Diesel-Elétrica (S-BR) que integra o Prosuc e cuja operação inicialmente era prevista para 2020.

O novo submarino será equipado com mísseis, torpedos e sensores modernos, segundo a Marinha do Brasil. Após ser colocado na água, ele deverá ainda passar por uma fase de testes para avaliar os sistemas de combate e navegação, bem como a sua estabilidade no mar. A primeira-dama brasileira, Janja Lula da Silva, será a madrinha de batismo do novo submarino da Marinha do Brasil (MB), que contribuirá para a defesa da imensa costa brasileira, a “Amazônia Azul”.

O almirante Olsen, da Marinha, defendeu nesta quarta-feira o uso pacífico da energia nuclear pelo Brasil, no âmbito do desenvolvimento do submarino nuclear Álvaro Alberto, que também faz parte do Prosub. Ele reiterou o compromisso brasileiro com as normas internacionais e com as inspeções de organismos multilaterais, como a Agência Internacional De energia atômica (AIEA).

O lançamento do submarino nuclear brasileiro já foi adiado diversas vezes nos últimos anos e atualmente está previsto para 2030. Fontes da Marinha que falaram em off com O Globo antes do evento desta quarta-feira ressaltaram a dificuldade de se alcançar acordos de transferência tecnológica nesta área com outros países, o que tem levado ao adiamento da construção da embarcação. Há discussões internas entre os governos do Brasil e França sobre a cooperação no desenvolvimento da tecnologia a ser usada no submarino de propulsão nuclear brasileiro, mas nenhum anúncio oficial foi feito até o momento.

Para o presidente da ICN, Itaguaí Construções Navais, Renaud Poyet, a finalização do Álvaro Alberto “insere o Brasil em um novo patamar mundial”.

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