Maceió

Com população desabrigada, prefeito de Maceió pede socorro a Alckmin: "É preciso novas moradias"

Bairros da cidade estão sob alerta máximo de colapso, devido à erosão do solo causada pela atividade mineradora da empresa Braskem

Prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, em reunião para debater plano emergencial na cidadePrefeito de Maceió, João Henrique Caldas, em reunião para debater plano emergencial na cidade - Foto: Secom/Maceió

O prefeito de Maceió (AL), João Henrique Caldas, informou nesta sexta-feira (1º) que encontrou em contato com o vice-presidente Geraldo Alckmin para solicitar apoio do governo federal na assistência à população desabrigada dos bairros Mutange e Bebedouro. As regiões estão sob alerta máximo de colapso, devido à erosão do solo causada pela atividade mineradora da Braskem.

"Agradeço ao presidente em exercício @geraldoalckmin, com quem acabo de falar, pelo apoio à Maceió. Pedi a ele para que o @governofederal, em parceria com a prefeitura, ampare a população que teve que sair de suas casas. É preciso novas moradias e que a Braskem seja responsabilizada", escreveu o prefeito em seu perfil no X, antigo Twitter.

A Defesa Civil de Maceió (AL) informou, na noite desta quinta-feira (30), que permanece em alerta máximo devido ao risco iminente de colapso da mina número 18 da Braskem. O órgão orientou que fosse evitada a circulação de pessoas e de embarcações na lagoa próximo ao local, que foi desocupado por causa do afundamento do solo causado pela mineração.

A prefeitura de Maceió montou uma força-tarefa emergencial para abrigar cerca de 5 mil famílias que desejarem abrigo pela redondeza. Foram providenciados abrigos, alimentação, água, colchões, além de ônibus e caminhões para transporte e mudança.

A região teve a vistoria intensificada na quarta-feira (29), após serem registrados pelo menos cinco abalos sísmicos em novembro. No mesmo dia, o governo federal informou que enviou uma equipe da Defesa Civil Nacional para avaliar a gravidade da situação.

Prefeito é criticado nas redes
Após realizar a publicação sobre o contato com Alckmin, o prefeito de Maceió foi criticado por moradores da cidade que alegam isenção do parlamentar frente à situação de emergência causada pela exploração da empresa Braskem. Nos comentários, uma mulher escreveu: "finalmente aprendeu o nome da empresa".

Em nota, "a Braskem informa que, em decorrência do registro de microssismos e movimentações de solo atípicas pelo sistema de monitoramento, paralisou suas atividades na Área de Resguardo. Tais registros estão concentrados em um local específico, dentro das áreas de serviço da companhia, nas proximidades da Av. Major Cícero de Goes Monteiro.

A área, que já estava com algumas atividades paralisadas para evitar interferência na coleta de dados, foi isolada preventivamente e em cumprimento às ações definidas nos protocolos da companhia e da Defesa Civil. Essa é uma medida preventiva enquanto se aprofunda a compreensão da ocorrência."

Governo federal atua na área
O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), Waldez Góes, em contato com o governador de Alagoas, Paulo Dantas, determinou a ida imediata do diretor de obras, Paulo Falcão, e de um membro do Grupo de Apoio a Desastres (Gade), para acompanhar e monitorar a situação.

O MDR também pediu ao Ministério das Minas e Energia a presença do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), que já confirmou que as ações da Braskem são responsáveis pelo afundamento do solo nos bairros de Pinheiro, Mutange e Bebedouro. Em 2018, a população foi evacuada e os locais estão desocupados. Desde então, a Defesa Civil Nacional monitora a situação.

Nas redes sociais, o governador Paulo Dantas afirmou que “esse desabamento pode ocasionar a formação de grandes crateras, por isso as equipes nacionais estão chegando a Alagoas nesta noite. O Governo de Alagoas tem reiteradamente cobrado a Braskem para verdadeiramente assumir sua responsabilidade diante do maior crime ambiental do urbano do mundo”, afirmou.

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