Comandante da FAB de Bolsonaro manifesta apoio a escolhidos de Lula para as Forças Armadas
Carlos Baptista Junior desejou sucesso aos militares escolhidos pelo presidente eleito e elogiou sucessor
O comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Carlos Baptista Junior, desejou, nesse sábado (10), sucesso aos militares escolhidos pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, para comandar as Forças Armadas a partir do ano que vem.
Baptista Junior elogiou ainda o seu sucessor, o tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno, e o classificou como “líder nato” e “amigo”, em um uma rede social.
Os futuros comandantes foram anunciados na sexta-feira por José Múcio Monteiro, logo após ele ser indicado por Lula para comandar o Ministério da Defesa. Como é praxe, o critério escolhido foi o da antiguidade dentro de cada Força.
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O general Julio Cesar de Arruda será o comandante do Exército e o almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen vai assumir a Marinha.
“Oficializadas as escolhas dos próximos comandantes das Forças Armadas, registro meu desejo de muitas felicidades e realizações em suas missões”, escreveu Baptista Junior ontem.
Ele também afirmou que a Força Aérea terá como comandante “um líder nato, profundo conhecedor de todos os assuntos e com uma visão gerencial apurada”, desejou “parabéns” e disse que sua “torcida e apoio serão permanentes”.
Escolha delicada
A escolha do ministro da Defesa e dos comandantes militares é considerada delicada, porque há uma identificação do setor com o presidente Jair Bolsonaro, que é capitão reformado do Exército. A indicação de Múcio, que já foi deputado federal e presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), foi feita devido ao seu perfil, tido como conciliador e moderado.
O futuro ministro de Lula tem uma boa relação com o próprio Bolsonaro, que foi seu colega na Câmara dos Deputados. De acordo com pessoas próximas ao presidente, ele elogiou a escolha de Múcio e disse ser “um bom nome” para estar à frente da pasta. O vice-presidente Hamilton Mourão, que é general da reserva, também elogiou a indicação.
Um dos sinais de resistência a Lula emitidos pelos militares foi a indicação de que os comandantes poderiam antecipar a troca ainda neste ano, antes da posse do novo presidente, o que incomodou Múcio.
Neste sábado, Bolsonaro acompanhou uma cerimônia da Marinha no Rio de Janeiro e, mais uma vez, ficou em silêncio. Foi o quarto evento militar ao qual ele compareceu em duas semanas. Bolsonaro, contudo, não discursou em nenhum deles.