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EDUCAÇÃO

Comissão do Senado aprova convite para Weintraub prestar depoimento sobre investigação do MEC

Ex-ministro afirmou que presidente Jair Bolsonaro pediu que entregasse comando do FNDE ao Centrão

Abraham WeintraubAbraham Weintraub - Foto: Sérgio Lima/AFP

A Comissão de Educação do Senado aprovou convite para que o ex-ministro Abraham Weintraub preste depoimento sobre suas declarações recentes na imprensa de que o presidente Jair Bolsonaro teria pedido a ele que entregasse o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) ao Centrão. Ainda não há data para que o ex-ministro vá à comissão.

Além disso, o grupo aprovou ainda requerimento para que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal forneçam à comissão informações e documentos encaminhados por Weintraub sobre indícios de irregularidades no Ministério da Educação (MEC) durante sua gestão.

A Comissão de Educação apura denúncias sobre a atuação dos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos como lobistas no MEC. Segundo acusações, os religiosos prometiam facilitar acesso a recursos o FNDE condicionado ao pagamento de propina.

— Quem vai me dar uma ordem dessas? O meu chefe. Ele falou: você vai ter que entregar o FNDE pro Centrão e eu falei: presidente, não faça isso. E eu fiquei adiando o máximo que eu podia, fiquei adiando. Eu subi toda a governança, as regras, do processo decisório do FNDE — afirmou Weintraub em entrevista à CNN.

Ao defender que Weintraub fosse convidado a falar aos parlamentares, o senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) argumentou que o ex-ministro poderia trazer informações novas sobre o caso.

— O que estamos percebendo é que se instalou no âmbito do MEC um balcão de negócios. De um lado atuação de lobistas e do outro um processo continuado de fraudes e licitações —  disse Randolfe. —  Diante da declaração de que isso já foi reivindicado desde muito antes, acho que é importante ouvir Weintraub para que o ex-ministro confirme o que disse publicamente ou traga novas informações sobre os fatos que a comissão tem acompanhado.

Os senadores também aprovaram pedido para que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) envie os registros de entrada dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, apontados como lobistas no Ministério da Educação (MEC),  no Palácio do Planalto.

A comissão aprovou ainda solicitação para que o ministro da educação envie informações sobre obras inacabadas de 2006 até os dias atuais. Inicialmente, o senador governista Carlos Portinho (PL-RJ) havia pedido que os dados fossem relativos até 2018, o que não foi aceito pelos colegas, que pediram a inclusão dos anos do mandato do presidente Jair Bolsonaro.

Estava prevista para sessão desta quarta-feira a tomada de depoimento do prefeito de Centro Novo (MA), Júnior Garimpeiro; de Nely Jardim, apontada como uma espécie de secretária dos pastores, acusados de atuarem como lobistas no MEC; e do servidor Darwin Einstein, mas nenhum deles compareceu. O prefeito Júnior Garimpeiro enviou um ofício à comissão pedindo remarcação da data.

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