Comissão do Senado aprova Zanin no STF por 21 a 5; indicação vai ao plenário
Sabatina durou quase oito horas
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, nesta quarta-feira (21), a indicação do advogado Cristiano Zanin ao Supremo Tribunal Federal (STF) por 21 votos a cinco. A indicação agora será analisada pelo plenário, o que deve ocorre ainda nesta quarta.
A votação é secreta. A sabatina durou 7h42, com apenas um breve intervalo de cinco minutos. Ao final, antes da proclamação do resultado, o advogado foi aplaudido pelos presentes.
Um dos temas levantados na sabatina foi a ligação de Zanin com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem foi advogado pessoal. Ele afirmou que não terá "qualquer tipo de subordinação a quem quer que seja".
— Uma vez nomeado e aprovado por esta Casa, vou me guiar exclusivamente pela Constituição e pelas leis, sem qualquer tipo de subordinação a quem quer que seja. Na minha visão, e acredito que é a visão também do presidente da República que me indicou, um ministro do Supremo Tribunal Federal só pode estar subordinado à Constituição da República — declarou.
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Em sua fala de apresentação, o advogado fez pelo menos quatro menções à sua família e ressaltou o seu perfil garantista — pontos de interesse aos parlamentares que integram tanto a bancada conservadora quanto os mais progressistas.
Zanin é casado com a advogada Valeska Zanin Teixeira Martins, filha do advogado Roberto Teixeira, que atuou na defesa de Lula ao longo de décadas.
— Tenho muito orgulho por ser casado há duas décadas com Valeska Zanin Martins, uma mulher forte e advogada de estatura reconhecida. Com ela formei a minha família e tenho três filhos: Lucas, Rodrigo e Rafael. E agradeço o suporte emocional, a força em momentos difíceis da carreira e o amor sempre recíproco — afirmou logo no início da sessão.
Zanin disse aos senadores que "não irá mudar de lado".
— Eu não vou mudar de lado, pois o meu lado sempre foi o mesmo. Da Constituição, das garantias, do amplo direito de defesa, do devido processo legal. Para mim, só existe um lado. O outro é barbárie — disse.