BRASIL

Comissão do Senado deve votar projeto que prevê fim das "saidinhas" de presos nesta terça (6)

Texto foi aprovado na Câmara em 2022 e está sob relatoria de Flávio Bolsonaro

Plenário do Senado FederalPlenário do Senado Federal - Foto: Jonas Pereira/Agência Senado

A Comissão de Segurança Pública do Senado deve votar nesta terça-feira o projeto de lei (PL) que prevê o fim da “saidinha” de presos em regime semiaberto em datas comemorativas. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse no ano passado que o Congresso precisa alterar a lei que trata das saídas temporárias.

O projeto pautado na Comissão do Senado foi aprovado pela Câmara dos Deputados em agosto de 2022. Sob relatoria do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o PL está em tramitação desde 2013. A princípio, o projeto previa apenas um limite para as saídas temporárias, mas o seu texto foi alterado enquanto tramitava pela Câmara pelo relator deputado Guilherme Derrite (PL-SP).

No Senado, a análise do projeto está travada desde o pedido de vista do senador Fabiano Contarato (PT-ES). Com a volta das atividades parlamentares nesta segunda, o PL foi colocado em pauta pelo presidente da Comissão de Segurança, senador Sérgio Petecão (PSD-AC), que já tinha se comprometido com os membros do colegiado em dar seguimento à tramitação do texto.

Atualmente, a lei permite que presos que apresentarem bom comportamento no regime semiaberto deixem a prisão por um período de tempo determinado para visitar familiares nos feriados, exercer atividades de trabalho e frequentar cursos.

Morte de PM gera pressão
O tema é de interesse de parlamentares de direita, que pressionam pela mudança na lei desde a morte de um policial militar em janeiro deste ano, em Minas Gerais. O soldado foi baleado por um suspeito que estava em saída temporária. Na ocasião, o presidente do Senado Rodrigo Pacheco também sinalizou ser a favor da medida e afirmou que o “Congresso promoverá mudanças” na lei que trata das “saidinhas”.

 

Além de Pacheco, a mudança na legislação também conta com o apoio de governadores de oposição ao governo. Os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), entraram na articulação para acelerar a aprovação do projeto de lei (PL).

Fora do Congresso, o novo secretário nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Mário Sarrubbo, já se posicionou contrário a uma mudança na legislação.

— Acho que o foco principal não deve ser a alteração legislativa. Mudar a lei é sempre bem-vindo, mas ela tem que ser feita pontualmente em alguns aspectos. Não penso que é a legislação um grande problema de segurança pública do país hoje. A saída temporária é um grande instrumento de ressocialização. Talvez haja algumas falhas na sua aplicação que acabam permitindo fatos lamentáveis como foi esse de Belo Horizonte neste final de ano — afirmou em entrevista ao Globo.

Caso seja aprovado, o texto seguirá para análise da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado. Se passar na CCJ também, o projeto de lei será votado no Plenário da Casa.

Veja também

Apresentado como "marionete" de Castro, Ramagem consegue derrubar inserção de Paes na Justiça
Justiça

Apresentado como "marionete" de Castro, Ramagem consegue derrubar inserção de Paes na Justiça

Ato bolsonarista no 7 de Setembro teve 45 mil pessoas, um quarto do público na manifestação anterior
manifestação

Ato bolsonarista no 7 de Setembro teve 45 mil pessoas, um quarto do público na manifestação anterior

Newsletter