Como os terroristas que invadiram Planalto, STF e Congresso serão identificados pela PF
Investigadores terão que analisar listas de hóspedes em hotéis e pousadas de Brasília, entre outras medidas
Em decisão divulgada na madrugada desta segunda-feira (9), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aponta os próximos passos da investigação que deverá rastrear a participação de golpistas nos ataques de domingo aos prédios dos Três Poderes.
Entre outras medidas, a Polícia Federal vai analisar listas de hóspedes em hotéis e pousadas de Brasília, buscar imagens de câmeras de segurança e dados de geolocalização dos golpistas, além de mapear os donos, passageiros e financiadores dos ônibus que trouxeram os apoiadores de Jair Bolsonaro a Brasília.
Moraes determinou à PF que cheque "junto a todos os hotéis e hospedarias do Distrito Federal" as listas com os nomes de hóspedes que chegaram ao DF a partir da última quinta-feira, quando vários veículos trazendo bolsonaristas de diversas partes do país começaram a chegar à capital federal.
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A ordem do ministro também inclui a análise de imagens dos saguões dos hotéis e de "todas as imagens das câmeras do Distrito Federal que possam auxiliar no reconhecimento facial dos terroristas que praticaram os atos do dia 8 de janeiro", segundo trecho da decisão. O objetivo é identificar eventuais participantes dos atos terroristas.
Atendendo a pedidos da Advocacia Geral da União (AGU) e do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Moraes também determinou que sejam colhidos em 48 horas os depoimentos de proprietários de 87 ônibus que trouxeram bolsonaristas a Brasília.
Os veículos, alguns dos quais estacionados perto da Granja do Torto (uma das residências oficiais da Presidência), serão apreendidos pela PF. O ministro quer que os depoentes apresentem contratos, nomes de financiadores do transporte e a relação de todos os passageiros de cada veículo.
Moraes também pediu à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que informe os registros de todos os veículos que ingressaram no DF entre a última quinta-feira e o domingo.
Em outra frente, o ministro exigiu das empresas de telecomunicações que armazenem por três meses os "registros de conexão suficientes para a definição ou identificação de geolocalização dos usuários", segundo a decisão.
A ideia é monitorar os passos dos golpistas que caminharam no trajeto entre o Quartel-General do Exército, onde um acampamento de bolsonaristas está montado há mais de um mês, e a Praça dos Três Poderes. A partir dessas informações e do que for colhido durante as perícias criminais, os policiais vão tentar identificar todas as pessoas que participaram dos ataques às instituições.
Outro esforço de Moraes está concentrado nas redes sociais. Em sua decisão, o ministro determinou a plataformas como Instagram, Twitter, Facebook e Tik Tok, que removam conteúdos que promovam atos antidemocráticos e a suspensão imediata da monetização dessas contas. O ministro listou 17 perfis de bolsonaristas que incitaram os atos de domingo nas redes sociais: 9 no Instagram, 3 no Facebook, 3 no Twitter e 2 no Tik Tok.