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Comunicação de Lula quer mudar estratégia dos ministérios da Saúde e Educação com foco em 2026

Sidônio Palmeira terá reuniões com Nísia Trindade e Camilo Santana com o objetivo de impulsionar 'pautas positivas'

Sidônio Palmeira, novo chefe da Secom Sidônio Palmeira, novo chefe da Secom  - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Com posse prevista para a próxima terça-feira, o futuro ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira já definiu como uma das prioridades da sua gestão que o governo precisa a passar a capitalizar melhor as ações dos ministérios da Saúde e da Educação. As primeiras estratégias desenhadas pela equipe do publicitário terão foco nessas duas áreas, tidas como centrais na tentativa de melhorar a percepção da população sobre governo Lula 3.

Sidônio já esteve na quinta-feira com a equipe da ministra da Saúde, Nísia Trindade, e terá ainda um encontro com ela nos próximos dias. Antes mesmo da chegada de Sidônio na Secom, já havia percepção entre auxiliares de Lula que a pasta ainda tem problemas. Na avaliação desses interlocutores, a Saúde precisa impulsionar pautas positivas do governo e se comunicar melhor com a população, especialmente por ter um dos orçamentos mais robustos da Esplanada e ser uma área crucial. A área comandada por Nísia foi a única a ser citada por Sidônio em sua primeira fala pública ao ser anunciado para comandar a Secom:

— É importante que na gestão não seja analógica e se comunique com as pessoas. Na área de saúde, é importante que as pessoas saibam onde se vacinar. Isso é uma forma de comunicação que muitas vezes não sai da Secom, sai de um aplicativo — disse Sidônio na terça-feira.

 

Aliados do novo ministro afirmam que ele ainda deve avaliar alternativas de mudanças de comunicação na pasta junto com a ministra, mas que deve pedir atenção especial para área digital.

Em 2024, Nísia passou por media training, chegou a ter conversas com Sidônio e houve trocas na equipe mais próxima da ministra. O entorno de Lula reconhece que houve recuo de crises na área, mas que é preciso avançar mais. Nísia tem preparado uma agenda de viagens pelo país para impulsionar ações dos ministérios, com pelo menos oito destinos engatilhados. Nesta sexta-feira, estará em Belo Horizonte e na próxima segunda-feira na Terra Indígena Yanomami, em Roraima.

Sidônio também deve ter um encontro com o ministro da Educação, Camilo Santana. Responsável por uma das principais vitrines do governo, o programa Pé de Meia, a pasta foi um dos focos das ações de comunicação em 2024. O lançamento da iniciativa que transfere R$ 200 para uma poupança para estudantes de baixa renda do Ensino Médio teve turnê de lançamentos com o ministro pelo país e ações publicitárias. No Planalto, no entanto, há avaliação de que o governo deveria capitalizar mais em cima do programa, que é uma das novidades da terceira gestão e terá novos lançamentos em 2025, com o Pé de Meia para Licenciatura e o Pé de Meia Universitário.

"Conselheiro informal"
Com carta branca de Lula para fazer mudanças na comunicação do governo, Sidônio já tem interlocução com ministros de Lula — nos primeiros dois anos do governo foi um conselheiro informal do presidente e de integrantes do primeiro escalão — e chegará respaldado pelo presidente para conversar com ministros e sugerir mudanças. Outra novidade que o ministro deve adotar é tentar estabelecer uma pauta única no governo.

Acusada internamente de não ter uma marca e nem uma narrativa linear, a comunicação do governo inaugura agora um "segundo tempo", na definição feita pelo próprio Sidônio Palmeira, durante a primeira fala pública após anúncio da mudança.

Com isso, Lula também dá a largada para montar sua estratégia com foco na reeleição em 2026. Há meses, o presidente vinha manifestando o desejo de ter um marqueteiro ao seu lado, com quem poderia despachar diariamente e elaborar forma mais clara as ações do governo para a população. A largada dessa estratégia passará por dinamizar a comunicação das ações de Saúde e Educação.

— Tem uma expectativa grande com governo, tem a gestão e a percepção popular. Eu acho que a gente precisa alinhar essas três coisas — disse Sidônio a jornalistas no Palácio do Planalto na quarta-feira.

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