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eleições 2022

Confira checagem do último debate presidencial antes do segundo turno das eleições de 2022

Programa foi exibido na noite dessa sexta-feira (28)

Lula e Bolsonaro Lula e Bolsonaro  - Foto: Reprodução/Twitter

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-mandatário Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se enfrentaram pela última vez em um debate televisivo antes do segundo turno das eleições de 2022. No programa, exibido na noite de 28 de outubro, os candidatos falaram sobre temas como salário mínimo, meio ambiente e segurança pública. Checamos, abaixo, algumas de suas principais declarações.

1. Bolsonaro sugeriu que seu governo lidou melhor com o desmatamento na Amazônia: Enganoso

Bolsonaro questionou Lula sobre quem teria lidado melhor com a questão do clima, afirmando que o desmatamento na Amazônia nos primeiros quatro anos do governo do petista foi maior do que no mesmo período do seu governo.

Os dados citados pelo mandatário são corretos, mas sua interpretação é enganosa, alertam especialistas. Isso porque não levam em consideração qual era o patamar de desmatamento quando os dois mandatários assumiram o governo e qual foi a tendência ao longo de seus mandatos.

“Comparar os números brutos não faz sentido. [...] Essa comparação tinha que ser assim: os dois pegando o desmatamento no mesmo patamar e avaliar o que aconteceria com um e com outro. No caso do governo Lula houve redução, no caso de Bolsonaro teve aumento”, afirmou Ane Alencar, diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM).

De fato, dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que quando Lula assumiu o governo a área desmatada na Amazônia era de 21,6 mil km² e quando saiu, 6,4 mil km² — uma redução de cerca de 70%. Já no governo Bolsonaro a área passou de 7,5 mil km² para 13 mil km², um aumento de aproximadamente 73%.

2. Lula disse que não houve aumento real do salário mínimo no governo Bolsonaro: Verdadeiro

Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) mostram que, nos anos do governo de Bolsonaro, o aumento real do salário mínimo (com reajuste acima da inflação) foi realmente próximo a zero.

A maior taxa do período, de 1,14%, foi registrada em 2019, quando o reajuste era referente à gestão anterior, de Michel Temer.

Lula também afirmou que, em seu governo, todo ano houve aumento acima da inflação. A afirmação também é verdadeira, segundo a mesma nota técnica do DIEESE.

3. Bolsonaro disse que em seu governo “caiu o feminicídio”: Enganoso

De acordo com o Código Penal brasileiro, feminicídio é um tipo de homicídio praticado contra mulheres pelo fato de serem do sexo feminino.

Em 2018, antes de Jair Bolsonaro assumir a Presidência, houve um total de 1.229 feminicídios no país, segundo o Anuário de 2020, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Já os dados mais recentes, contidos no Anuário de 2022, mostram que houve 1.341 feminicídios em 2021. Ou seja, não houve queda no número de feminicídios de 2018 a 2021.

4. Bolsonaro sugeriu que foi o seu governo que criou o PIX: Enganoso

Embora o meio de pagamento instantâneo tenha sido lançado em novembro de 2020, durante o mandato de Bolsonaro, o projeto começou a ser elaborado em 2018, ainda na gestão de Michel Temer (MDB).

Em maio daquele ano, foi publicada uma primeira portaria do Banco Central instituindo um grupo de trabalho para desenvolver a ferramenta de pagamento instantâneo. Em dezembro de 2018 também foram aprovadas as características básicas da plataforma.

5. Bolsonaro disse que todos os deputados do PT na Câmara “votaram contra a criação do Auxílio Brasil”: Falso

Não é verdade que a bancada do PT na Câmara dos Deputados tenha votado contra a criação do benefício. Os deputados se posicionaram, na realidade, contra a PEC dos Precatórios, uma proposta do Poder Executivo que permitiu o parcelamento de dívidas da União que já foram julgadas de forma definitiva.

O governo federal argumentou que a aprovação da PEC era necessária para pagar o Auxílio Brasil. O PT, no entanto, era contra a proposta por argumentar que seria um “calote” das dívidas que a União possui.

Já o programa Auxílio Brasil foi criado a partir da Medida Provisória 1.061/2021. Portanto, a proposta do governo passou a ter efeito imediato e foi posteriormente ratificada pelo Congresso.

A MP 1.061/2021 foi aprovada pela Câmara dos Deputados sem nenhum voto contrário em 25 de novembro de 2021. O PT, portanto, está entre os partidos que aprovaram o texto-base da medida na Câmara.

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