Congresso e STF decretam luto em homenagem aos 100 mil brasileiros mortos de Covid-19
Toffoli destacou que todas as vítimas tinham "um nome, uma profissão, projetos e sonhos"
O Congresso Nacional e o STF (Supremo Tribunal Federal) decretaram luto, neste sábado (8), em homenagem aos 100 mil brasileiros mortos pelo novo coronavírus. Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, do Senado, Davi Alcolumbre, publicaram mensagens nas redes sociais em solidariedade aos familiares das vítimas da doença.
Por meio de nota, o presidente do Supremo, Dias Toffoli, também lamentou as mortes e desejou que "a fé e a Ciência" sejam os guias do país na busca por soluções para o problema. Alcolumbre classificou este sábado como "um dos dias mais tristes da história recente" do país, e Maia classificou o número como "absurdo".
"Estamos convivendo diariamente com a pandemia, mas não podemos ficar anestesiados e tratar com naturalidade esses números. Cada vida é única e importa", disse o presidente da Câmara. O Congresso decretou luto de quatro dias, enquanto no STF a homenagem durará três dias. Toffoli, por sua vez, destacou que todas as vítimas tinham "um nome, uma profissão, projetos e sonhos".
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"São 100 mil vidas que certamente deixaram sua marca no mundo e na vida de outras pessoas. São filhas e filhos que não mais estarão com seus pais no dia especial de amanhã. São pais que não terão o que festejar neste domingo", disse. A bandeira nacional que fica em frente à corte ficará a meio mastro até segunda-feira (10). O ministro disse que o Brasil jamais viveu uma crise dessa dimensão e que o país está de luto e "sofre a perda de filhos.
O presidente da República, Jair Bolsonaro, não comentou a marca e o Executivo não informou se pretende decretar luto.
Na última quinta-feira (6), o chefe do Executivo disse, ao lado do ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, que é preciso "tocar a vida".
"A gente lamenta todas as mortes. Já está chegando ao número de 100 mil, talvez hoje... [Pazuello diz que será ainda nesta semana]. Vamos tocar a vida. Tocar a vida e buscar uma maneria de se safar deste problema", disse o presidente da República.
Pelas redes sociais, o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro lamentou os números de mortes e disse que não é possível se conformarem. "Não podemos nos conformar, nem apenas dizer #cemmil. São mais de 100 mil mortos; 100 mil famílias que perderam seus entes para a Covid. Que a ciência nos aponte caminhos e que a fé nos dê esperança", escreveu.
Líder do PDT no Senado, Weverton Rocha (MA), criticou a atuação do presidente da República diante da pandemia. Também por meio de uma rede social, ele citou frases que Jair Bolsonaro disse ao longo dos últimos meses, como "não sou coveiro"
"Frases de quem nunca se importou com as mortes. O presidente da República incentivou aglomerações, estimulou a invasão de hospitais e até hoje insiste em um remédio que a comunidade científica não recomenda. #Bolsonaro100mil #100miledaí #coronavírus #covid19", escreveu o senador.
O líder da Rede no Senado, Randolfe Rodrigues (AP), também se manifestou por meio de uma rede social. "100 mil mortos" Nunca foi só uma gripezinha. O negacionismo e a omissão de Bolsonaro fizeram a crise tomar proporções catastróficas. Enquanto lutamos para salvar vidas e criar políticas para superarmos a pandemia, Bolsonaro se ocupa em se proteger de investigações" #Bolsonaro100mil".
Ex-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes também responsabilizou Bolsonaro pelas mortes. "Brasil de luto. Genocídio promovido por um governo de incompetentes e irresponsáveis", disse.
Guilherme Boulos (PSOL), também ex-candidato à Presidência, criticou o fato de o país estar sem ministro da saúde.
"Sem plano para a crise, sem ministro da Saúde, sem se preocupar com o povo. Foi assim que Bolsonaro nos levou ao trágico número de #100milmortos. Toda a nossa solidariedade às famílias que perderam entes queridos na pandemia. #Bolsonaro100mil", escreveu.