Conheça os candidatos que disputam as presidências da Câmara e do Senado nesta quarta (1º)
Cada Casa tem três postulantes ao comando; entre os deputados, Arthur Lira é amplo favorito à reeleição
Com cenários bem diferentes, a Câmara e o Senado elegem nesta quarta (1º) seus novos presidentes. Ao todo, são seis postulantes ao posto máximo, três em cada Casa. Enquanto, no caso dos deputados, Arthur Lira (PP-AL) é amplo favorito à reeleição, a disputa entre os senadores apertou nos últimos dias.
Com apoio do governo federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) permanece como o mais cotado para ser reconduzido à Presidência, mas Rogério Marinho (PL-RN), nome de Jair Bolsonaro, ganhou fôlego com o engajamento do ex-presidente na campanha. Já o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) corre por fora.
Na Câmara, os outros dois aspirantes ao comando são Chico Alencar (PSOL-RJ) e Marcel Van Hattem (Novo-RS), um à esquerda e outro à direita, respectivamente. A expectativa, porém, é por uma vitória de Lira com vantagem recorde desde a redemocratização. Abaixo, conheça todos os nomes envolvidos na disputa.
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Câmara dos Deputados
Arthur Lira (PP-AL)
Líder do chamado Centrão e um dos principais aliados do governo Bolsonaro, o deputado busca ampliar seu capital político para negociar com a gestão Lula, que apoia sua recondução ao cargo. Os 19 partidos que se aliaram ao alagoano de 53 anos congregam 496 deputados. O grupo reúne siglas do Centrão, como o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro, e o Republicanos, e também partidos situados no pólo oposto do espectro político, como o PT do atual chefe do Executivo federal.
Iniciando seu quarto mandato como deputado federal, Lira é formado em Direito e é filho do ex-senador e atual prefeito de Barra de São Miguel (AL), Benedito de Lira. Era também aliado do ex-deputado Eduardo Cunha, que autorizou a abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) quando presidiu a Câmara, em 2016.
Chico Alencar (PSOL-RJ)
Professor e escritor, o deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ), de 73 anos, disputa a presidência da Câmara dos Deputados com uma candidatura alternativa e simbólica. Praticamente sem chances de vitória diante do rival e atual presidente da Casa Arthur Lira (PP-AL), Alencar entrou no páreo para marcar posição. Ele critica o rival pela ligação umbilical com o Centrão e por servir de esteio na legislatura anterior para a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Alencar tem trajetória longa no legislativo: foi eleito vereador e deputado estadual no Rio e hoje está no quinto mandato como deputado federal. Em sua carreira política, esteve filiado por 19 anos ao PT, mas saiu após o escândalo do mensalão.
Marcel Van Hattem (Novo-RS)
Declarou voto em Bolsonaro contra Lula no segundo turno das eleições presidenciais de 2022, após fazer campanha para seu correligionário Luiz Felipe D'Ávila (Novo) no primeiro turno. Ao justificar sua opção, Van Hattem declarou ter "divergências com o governo Bolsonaro", mas rechaçou a hipótese de votar em Lula e criticou o Supremo Tribunal Federal (STF) por ter anulado as condenações do petista na Lava-Jato.
Esta será a terceira vez que Van Hattem, eleito deputado federal em 2018 e reeleito em 2022, concorrerá à presidência da Câmara. Ele disputou o cargo em 2019, quando obteve 23 votos, e em 2021, recebendo 13 votos.
Senado
Rodrigo Pacheco (PSD-MG)
O atual presidente da Casa e seus aliados apostam na narrativa de defensor da democracia — o único com aparentes chances reais de vitória capaz de liderar o Congresso e salvaguardar as instituições após os ataques de 8 de janeiro aos Três Poderes. Ele também apresenta-se como bastião do diálogo e da quebra da polarização política na disputa que é cotada como o "terceiro turno" da eleição presidencial, opondo-se a Marinho e sua aposta no tensionamento.
Pacheco não é um político de longa data: foi eleito deputado federal em 2014 e chegou ao Senado quatro anos depois, à época pelo Democratas. Mudou para o PSD em 2021, quando era cotado para concorrer à Presidência da República, algo que nunca se concretizou.
Rogério Marinho (PL-RN)
Titular do Desenvolvimento Regional na gestão passada, Marinho representa a última chance de o bolsonarismo ocupar um cargo de relevância na esfera federal. Ao mesmo tempo, sua candidatura traz um risco de governabilidade a Lula: pessoas próximas ao presidente da República dizem que é essencial ter um aliado à frente da Casa para distensionar os poderes e garantir a aprovação de projetos neste início de mandato.
Marinho foi deputado federal por três mandatos e ocupou o cargo de secretário especial da Previdência Social e Trabalho no governo Bolsonaro, ocasião em que articulou a aprovação da reforma da Previdência. Depois, foi promovido a ministro do Desenvolvimento Regional, um dos ministérios que mais distribuíram verbas do Orçamento Secreto ao Congresso. No ano passado, ele foi eleito para seu primeiro mandato de senador pelo Rio Grande do Norte.
Eduardo Girão (Podemos-CE)
Em seu documento de candidatura, Girão diz que a alternância de poder e o equilíbrio dos Poderes é chave para a saúde democrática. Se eleito, contudo, já prometeu pautar a votação de pedido de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e acusa o Judiciário de censurar políticos conservadores que compartilham informações falsas e adotam retórica golpista.
Nascido em Fortaleza, Girão é um novato político: elegeu-se para o Senado em 2018 em sua primeira disputa por um cargo eletivo. Anteriormente, era empresário nos ramos de hotelaria, transporte de valores e segurança privada. Também já foi presidente do Fortaleza Esporte Clube.