Conselho de Ética arquiva ação contra deputada que chamou defensores do marco temporal de assassinos
Comissão analisa também casos contra outras deputadas de esquerda e Eduardo Bolsonaro
O Conselho de Ética da Câmara decidiu nesta terça-feira rejeitar uma representação contra a deputada Juliana Cardoso (PT-SP). Ela foi alvo de uma ação do PP por chamar deputados de assassinos durante a votação do marco temporal das terras indígenas. Segundo o partido, uma das frases foi dirigida ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
A deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) também teve uma ação contra ela arquivada. Ela virou alvo de uma ação do PL, que foi protocolada depois de ela falar que o ex-ministro do Meio Ambiente e relator da CPI do MST, Ricardo Salles (PL-SP), tem relação com o garimpo ilegal.
O Conselho aprovou o relatório do deputado Gabriel Motta (Republicanos-RR), que pediu o arquivamento do caso de Juliana Cardoso. Em sua defesa, a parlamentar disse que não se referiu a nenhum deputado específico durante a votação. Da mesma forma, os parlamentares aprovaram o parecer do deputado Rafael Simões (União-MG), que pediu o arquivamento da ação contra a deputada do PSOL.
Leia também
• Lula diz que "militares se apoderaram do 7 de Setembro": "Deixou de ser uma coisa da sociedade"
• Após críticas da esquerda a Zanin, Lula propõe voto secreto no STF
• Conselho de Ética da Câmara analisa casos de Eduardo Bolsonaro e deputadas de esquerda
O deputado Fábio Costa (PP-AL) tentou aprovar um requerimento de retirada de pauta para adiar a votação, mas não conseguiu votos suficientes. Após ser derrotado, Costa anunciou que iria votar contra a representação do próprio partido e a favor da deputada do PT. O PP negocia com o governo a escolha do deputado André Fufuca (PP-MA), líder da legenda, como ministro.
A sessão de hoje também analisa relatórios contra os deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Fernanda Melchionna (PSOL-SP), Sâmia Bomfim (PSOL-SP), Erika Kokay (PT-DF), Célia Xakriabá (PSOL-MG) e Talíria Petrone (PSOL-RJ).
A ação contra Eduardo Bolsonaro, filho '03' do ex-presidente Jair Bolsonaro, tem o deputado Josenildo Ramos (PDT-AP) como relator. O PT entrou com uma ação contra Eduardo em abril, quando o parlamentar se envolveu em uma briga com o deputado Marcon (PT-RS).
O petista e o filho do ex-presidente discutiram, durante uma sessão da Comissão de Trabalho, sobre a facada sofrida em 2018 por Jair Bolsonaro. Marcon disse que a "facada foi fake", o que gerou a reação de Eduardo. Ele levantou da cadeira, xingou Marcon e precisou ser contido pelos colegas.
Uma representação contra o deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA) também estava prevista para ser votada, mas o relator, deputado Ricardo Maia (MDB-BA), não estava presente. Jerry é acusado de assediar a deputada Júlia Zanatta (PL-SC). O relator recomendou o arquivamento. Até agora, o Conselho tem evitado punir os parlamentares. Além de Juliana Cardoso e Talíria Petrone, os deputados decidiram arquivar ações contra José Medeiros (PL-MT), Carla Zambelli (PL-SP) e Nikolas Ferreira (PL-MG).
O PL também é o autor de ações contra as deputadas Célia Xakriabá, Samia Bomfim, Erika Kokay e Fernanda Melchionna, que são alvo por chamar de “assassinos” os deputados que votaram a favor do marco temporal.
r que o ex-ministro do Meio Ambiente e relator da CPI do MST, Ricardo Salles (PL-SP), tem relação com o garimpo ilegal. O PL também é o autor de ações contra as deputadas Célia Xakriabá, Samia Bomfim, Erika Kokay e Fernanda Melchionna, que são alvo por chamar de “assassinos” os deputados que votaram a favor do marco temporal.