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Conselho de Ética da Câmara analisa pedido de cassação de Janones por suposta rachadinha

Representação contra Janones foi apresentada após assessores afirmarem que ele cobrava repasse de parte dos seus salários

Conselho de Ética da Câmara adia votação de parecer contra JanonesConselho de Ética da Câmara adia votação de parecer contra Janones - Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados

O conselho de Ética da Câmara analisa, nesta terça-feira, representação do PL contra o deputado André Janones (Avante-MG) sobre um suposto esquema de "rachadinha" em seu gabinete. O relator do processo, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), apresentou parecer pelo arquivamento do pedido de cassação de mandato há duas semanas. Janones nega as acusações e se diz vítima de uma "armação".

A representação contra o parlamentar foi apresentada após dois ex-assessores do parlamentar afirmarem que ele cobrava funcionários lotados em seu gabinete na Câmara a repassar parte dos seus salários. O caso é investigado pela Polícia Federal. Em entrevista ao GLOBO, Cefas Luiz Paulino e Fabrício Ferreira de Oliveira disseram que a prática envolvia até mesmo os valores recebidos como 13º e chegava a 60% dos vencimentos.

Ao defender o arquivamento, Boulos argumentou que as acusações contra Janones são anteriores ao exercício do mandato dele, que se iniciou em 2023. O pré-candidato à prefeitura de São Paulo afirmou que as suspeitas já eram de conhecimento público desde 2021.

"Não há justa causa para o presente feito. A representação do PL traz fatos antes do representado ser deputado federal. O judiciário fará seu trabalho", disse Boulos em relatório.

 

A suspeita de rachadinha no gabinete de Janones é investigada pela Polícia Federal desde 2021. Em áudios divulgados pelo site Metrópoles, o deputado diz que os servidores deveriam usar uma fatia dos salários recebidos da Câmara para pagar dívidas de campanha. O parlamentar nega ter praticado qualquer irregularidade e afirmou nas redes sociais que o pedido revelado na gravação foi feito ainda antes de se eleger, em 2018, para pessoas que ainda não trabalhavam em sua equipe. Janones disse ainda que não colocou a sugestão em prática, já que a ideia foi "vetada" por sua advogada.

Na mesma sessão também será analisada uma representação contra a deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS), que é acusada de ter ofendido a família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em reunião da Comissão de Segurança Pública.

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