Política

Conselho de Ética da Câmara do Rio abre procedimento contra vereador Gabriel Monteiro

Acusações contra youtuber são de assédio, violação dos direitos de criança e uso indevido de servidores da Casa

Gabriel Monteiro, vereador do RioGabriel Monteiro, vereador do Rio - Foto: Reprodução / Instagram

Por sete votos a zero, o Conselho de Ética da Câmara de Vereadores do Rio decidiu abrir um procedimento contra Gabriel Monteiro (PL). As acusações contra o youtuber são de assédio, violação dos direitos de criança e uso indevido de servidores da Casa

Segundo o vereador Alexandre Isquierdo (DEM), presidente do conselho, o processo deve durar 90 dias e pode levar à cassação do mandato de Monteiro.

— A decisão foi unânime. Principalmente em relação ao vídeo da menina que vendia doces. O episódio do morador de rua foi desumano e vexatório. Houve quebra de decoro. O Conselho de Ética também vai se debruçar sobre denúncias de assédio moral e sexual. Ontem o Ministério Público disse que há provas contundentes de que o vereador cometeu alguns crimes em abrigos. Não há pré-julgamento. Ele terá um amplo direito de defesa. Mas a situação é constrangedora. Obviamente não é bom para a Casa. Mas cada um sabe sobre seus atos. Constrangedor seria se o conselho prevaricasse — disse o presidente do Conselho, Alexandre Isquierdo (DEM).
 

Em relação às representações antigas contra Gabriel que estão paradas no Conselho de Ética e na Mesa Diretora, o Conselho ainda não recebeu documentos do Ministério Público e, por isso, não deve analisar esses casos agora. Na segunda-feira, integrantes do conselho foram ao MP para se inteirarem da situação.

Para esta votação, o Conselho de Ética terá uma mudança na sua composição. Suplente, Wellington Dias (PDT) assume no lugar de Rogério Amorim, que se licenciou do cargo para assumir a Secretaria de Defesa do Consumidor do Estado.

Além dos integrantes do Conselho de Ética, participam da reunião o procurador da Câmara, José Luís Galácia Minc e o vereador Dr. Gilberto, pela comissão de Justiça e Redação.

O presidente da Câmara, Carlo Caiado (DEM), chegou à casa pouco antes da reunião. Assim como no encontro do Conselho de Ética da semana passada, ele disse que não estaria presente porque o Conselho é independente e não vai opinar sobre a conduta de Gabriel Monteiro.

— Como presidente (da Câmara), sou juiz neste caso. Não posso opinar — disse Caiado.

Após reunião com promotores do Ministério Público do Rio de Janeiro, o presidente do Conselho de Ética da Câmara Municipal, Alexandre Isquierdo (DEM), afirmou pela primeira vez que possui elementos suficientes que justifiquem a abertura de representação contra Monteiro.

Na semana passada, o Conselho de Ética havia decidido, por 5 votos a 2, não abrir o procedimento que pode terminar com a cassação do mandato do youtuber e ex-policial militar. A justificativa dada na ocasião foi a necessidade de aguardar o fornecimento de provas pelas polícia e pelo MP-RJ.

—  Não quero externar meu voto sem antes se reunir com todos os membros do conselho. A gente vai discutir as informações, os dados, os elementos, as provas… Eu não vou aqui me precipitar. Tem elementos, mas é uma decisão de foro íntimo. Amanhã, por volta de 15h30, teremos uma posição - disse, completando que as denúncias são graves.

Oito promotores, além do procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos, participaram da reunião com os vereadores.

— O objetivo foi fornecer subsídios aos trabalhos do conselho de Ética e informar sobre os casos que estão sob sua análise. São diversas investigações, na área da infância e juventude, na área criminal e também na área da cidadania. São diversos procedimentos em curso, muitos deles estão com as informações protegidas por sigilo — explicou o procurador.

O MP investiga pelo menos seis denúncias, em diferentes âmbitos, contra Gabriel Monteiro. Duas delas são de crimes sexuais, como estupro. Além disso, há inquérito instaurado pela 3ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa da Cidadania da Capital para apurar possível ato de improbidade administrativa por parte do vereador Gabriel Monteiro, por utilizar servidores públicos na produção de vídeos.

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