Contarato registra boletim de ocorrência na PF após ataque e exposição do filho nas redes sociais
Senador foi fotografado nesta segunda (15) em uma praia de Vila Velha, no Espírito Santo, ao lado do pequeno Gabriel, de 7 anos; em publicação, homem se referiu ao parlamentar como 'lixo', 'infeliz' e 'traidor'
O senador Fabiana Contarato (Rede-ES) registrou nesta segunda-feira (15) um boletim de ocorrência na Polícia Federal no Espírito Santo após ser fotografado e exposto nas redes sociais ao lado do filho Gabriel, de 7 anos, enquanto estavam em uma praia.
O parlamentar aproveitava sua folga na Praia de Itapuã, no município capixaba de Vila Velha, neste feriado da proclamação da República. No local, ele foi fotografado por um homem identificado como Giovani Loureiro, que compartilhou a imagem em seu Facebook e atacou o senador. A publicação se referia a Contarato como "lixo" e "infeliz", além de insinuar que o senador levou seu filho adotivo para "fazer marketing".
"Eu agora a pouco [sic] na minha praia e vem esse infeliz " [sic] sem vergonha, e ainda traz o filho adotivo pra fazer 'marketing'! Aqui no ES esse Senador de merda jamais será reeleito!!! Fora Contarato!! Lixo", escreveu Loureiro no post. "Fui muito infeliz em votar em você, meu maior arrependimento", complementa.
Segundo Contarato, seu filho havia pedido para ir ao local após seu pai passar dias longe da família em razão de missão oficial na Confereência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-26), que aconteceu na capital escocesa Glasgow. O parlamentar recebeu o print da publicação horas após deixar o local.
"Nada foi tão doloroso, porém, quanto ver seu ultraje gratuito contra o Gabriel, uma criança inocente de sete anos, que teve sua imagem exposta nas redes e foi menosprezado apenas por ser meu filho e, sobretudo, por ser fruto de uma adoção. O ódio é uma doença perversa: desumaniza suas vítimas e as submete a toda sorte de violência", afimou o senador em nota.
Contarato disse ainda que não tolerará "qualquer ato de agressão aos meus filhos e à minha família" e que não vai se intimidar com "esses ataques desprezíveis".
"Espero que, caso o Sr. Giovani Loureiro seja pai, possa refletir sobre esse ato infame e não repita essa vileza contra crianças inocentes, que não podem ser detratadas por querelas de ordem política. Ps interesses de menores indefesos devem ser colocados acima de tudo isso", concluiu.
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Leia a nota de Contarato na íntegra:
Após cumprir missão oficial na COP-26 e passar dias longe de minha família, recebi, na manhã desta segunda-feira (15), um pedido irrecusável do meu filho Gabriel, de sete anos: “Papai, me leva na praia pra fazer castelinho de areia!”, disse ele.
Já fui vítima de inúmeros radicais bolsonaristas, que se sentem autorizados a assediar aqueles que rejeitam suas teses políticas anti-civilizatórias. Ainda que ninguém tenha direito de constranger alguém por divergências políticas, sempre entendi se tratar de um preço a ser pago por ter optado pela vida pública.
Receando alguma intercorrência dessa natureza, assenti ao pedido de meu filho, advertindo-o de que teríamos que deixar a praia, caso alguém nos importunassse durante o passeio. Fomos, então, à Praia de Itapuã, hoje, por volta das 11h30, e fiquei feliz por proporcionar esse momento módico de lazer ao meu pequeno Gabriel.
Tudo parecia correr bem: retornamos, após esse breve passeio recreativo, sem qualquer inconveniente. Algumas horas depois, recebi um print, primeiro no Whatsapp e, após, em minha conta no Instagram, dando conta de uma postagem preconceituosa que me agredia e destilava inadmissível ódio contra meu pequeno Gabriel.
A postagem do Sr. Giovani Loureiro me chamava de “lixo”, “traidor”, “infeliz”, “sem vergonha” e “senador de merda”. Nada foi tão doloroso, porém, quanto ver seu ultraje gratuito contra o Gabriel, uma criança inocente de sete anos, que teve sua imagem exposta nas redes e foi menosprezado apenas por ser meu filho e, sobretudo, por ser fruto de uma adoção. O ódio é uma doença perversa: desumaniza suas vítimas e as submete a toda sorte de violência.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em seu art. 18, diz ser “dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor”.
Não tolerarei qualquer ato de agressão aos meus filhos e à minha família. Não me intimidarão com esses ataques desprezíveis. Registrei um boletim de ocorrência na Polícia Federal, hoje, e providenciarei a responsabilização do autor desta agressão.
Espero que, caso o Sr. Giovani Loureiro seja pai, possa refletir sobre esse ato infame e não repita essa vileza contra crianças inocentes, que não podem ser detratadas por querelas de ordem política. Ps interesses de menores indefesos devem ser colocados acima de tudo isso.
Em minha casa, o amor sempre vencerá o ódio!
Fabiano Contarato