Coronel da reserva que xingou oficiais em ato golpista pede desculpas: "Emoção tomou conta"
De acordo com seu relato, sua mulher ficou sem conseguir respirar durante o ato, o que o motivou a fazer as ofensas; ele foi exonerado do cargo que ocupava no Hospital das Forças Armadas
O coronel da reserva Adriano Camargo Testoni, que se gravou no ato golpista de último domingo (8) xingando oficiais do Exército, compartilhou um pedido de desculpas nas redes sociais. Na gravação, ele afirma que estava sob forte emoção quando fez o registro.
De acordo com seu relato, sua mulher ficou sem conseguir respirar durante o ato, o que o motivou a fazer as ofensas. Segundo Testoni, ele não invadiu nenhum prédio e estava longe do Congresso Nacional.
— Não invadimos nada, fomos contra a violência. Estávamos errados, no local errado. Mas se você vê um parente, uma pessoa que você ama ferida, sem conseguir enxergar, respirar... A emoção tomou conta — diz o militar, que foi exonerado de seu cargo no Hospital das Forças Armadas após o vídeo original viralizar. — Todo mundo me conhece e sabe que eu não sou assim normalmente.
Leia também
• Os agitadores de Brasília: perfis diversos unidos pelo ódio ao "comunismo"
• Após três dias, PF manda últimos presos golpistas para presídios do DF
• OEA manifesta apoio ao governo brasileiro e repudia ataques golpistas
Ao longo do pedido de desculpas, o coronel da reserva dirige-se a alguns oficiais específicos, que havia ofendido diretamente no domingo. Entre eles, estão os generais Pinto Sampaio e o general Duarte Pontual, além do general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes, que também estava no ato. Veja abaixo:
O vídeo anterior do coronel da reserva começou a circular na segunda-feira, dia seguinte aos ataques ao Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal e Palácio do Planalto.
— Bando de generais filhas da p***. Vão tudo tomar no c*. Vanguardeiros de merda. Covardes. Olha o que está acontecendo com a gente — diz Testoni em uma das gravações de domingo, ao lado de uma mulher. — Esse nosso Exército é uma merda.
— Vergonha de ter passado 35 anos na caserna e ver agora o povo ser achincalhado. — diz ele em outra gravação.
Formado na Academia Militar das Agulhas Negras, o coronel da reserva trabalhava até esta terça-feira no Hospital das Forças Armadas, como assessor da Divisão de Coordenação Administrativa e Financeira. Em publicações nas suas redes sociais, Testoni compartilha imagens e montagens de caráter golpista, em que pede a prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em outro, advoga a 'queda do sistema'.