CPI do 8 de janeiro

Coronel usa direito de ficar em silêncio em pergunta sobre financiadores do 8 de janeiro

Em depoimento na CPI, militar Jean Lawand Júnior usou habeas corpus do STF em questionamento feito pelo deputado federal Duarte (PSB)

Jean Lawand Júnior depõe na CPI do 8 de janeiroJean Lawand Júnior depõe na CPI do 8 de janeiro - Foto: Reprodução/ TV Senado

Em depoimento na CPI do 8 de janeiro, o coronel do Exército Jean Lawand Júnior usou o seu direito ao silêncio, até o momento, em apenas uma ocasião. O depoente optou por não responder a pergunta do deputado federal Duarte (PSB-MA) ao ser questionado sobre quem estaria por trás dos ataques golpistas.

O parlamentar da base do governo fez referência às mensagens trocadas entre o coronel e o ex-ajudante do ex-presidente Jair Bolsonaro, Mauro Cid, no dia 21 de dezembro do ano passado. Na ocasião, o coronel afirmou que teria tomado conhecimento de que não teria golpe.

Em seguida, trouxe a versão da oposição de que inocentes teriam sido presos nas manifestações que culminaram na depredação do patrimônio público:

– Coronel, eu lhe peço: a base de oposição faz manifestações afirmando que tem pessoas presas injustamente. O senhor está aqui tendo oportunidade de nos mostrar quem são os tubarões, quem atentou contra a democracia. O seu silêncio é covarde. O senhor está aqui deixando que elas estejam presas porque o senhor está protegendo os tubarões. O que de fato aconteceu? Por qual razão estava decepcionado no dia 21? – afirmou Duarte.

Lawand preferiu não se manifestar sobre: "Eu quero manter meu direito ao sigilo".

– O senhor vai ficar calado? É um direito que o senhor tem. Lembrem-se que inocentes podem estar respondendo por tubarões. Não esperava isso de um coronel, o senhor envergonha a farda que utiliza. Esperava coragem de um coronel – disse.

Antes da sessão parlamentar no colegiado, o militar havia conquistado, por meio de habeas corpus concedido pela ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Carmen Lúcia o direito de não se manifestar em perguntas que poderiam incriminá-lo. Até às 12h30 desta terça-feira, o coronel usou da prerrogativa em uma ocasião.

Os diálogos entre Lawand e Cid foram revelados há duas semanas pela revista Veja, mas ocorreram em dezembro passado, pouco antes do fim do mandato de Bolsonaro.

Na ocasião, coronel Lawand disse frases como "o presidente vai ser preso" e "Cidão, pelo amor de Deus, cara. Ele dê a ordem, que o povo está com ele, cara". Após as mensagens virem à tona, o Exército afirmou que se tratam de "opiniões pessoais" que não representam o pensamento da Força. Por conta da repercussão do caso, o militar deixou de ser enviado para a representação diplomática do Brasil nos Estados Unidos.

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