Cotado para a Saúde, Padilha é procurado por Nísia e diz não saber sobre mudança na Esplanada
Saída de ministra da Saúde é dada como certa por petistas de diferentes pastas
Com a sua saída do governo dada como certa por petistas de diferentes pastas, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, procurou na tarde desta quinta-feira (20) o colega Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, para perguntar sobre o seu futuro no primeiro escalão da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Por mensagem de texto, Padilha, que é o ministro mais próximo de Nísia no governo e um dos cotados para assumir o seu lugar, disse que não havia sido comunicado de nada pelo presidente. O contato da titular da Saúde ocorreu depois que o jornal “Folha de S. Paulo” informou que Lula decidiu mudar o comando do ministério.
Ao colunista Bernado Mello Franco, Nísia reclamou da fritura que enfrenta:
— É muito desagradável. Minha família liga, jornalistas ligam, mas eu me sinto muito segura com minha gestão. E não fico acuada com especulações.
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Além de Padilha, é citado como cotado para o posto Arthur Chioro, que também foi ministro da Saúde durante o governo Dilma Rousseff.
Sem filiação partidária, Nísia enfrenta pressão do Centrão desde que assumiu o cargo, em janeiro de 2023. O principal ponto de desgaste da ministra com Lula se dá em torno do programa Mais Especialidades, que visa agilizar a marcação de consultas com especialistas no SUS e reduzir o tempo de espera por atendimento.
Pedido de Lula
O programa foi um pedido direto de Lula. O presidente gostaria que a iniciativa se transformasse em uma das marcas do seu terceiro mandato, assim como foi o Mais Médicos no governo Dilma. Nísia alega que o programa está sendo implantado.
O Planalto entende, porém, que o Mais Especialidades não está em sua plenitudade nem atingiu a escala adequada.
Nísia enfrentou ainda desgaste por causa da epidemia de dengue, da gestão dos hospitais federais do Rio e do desperdício de vacinas. O Globo mostrou que o governo federal deixou vencer 58,7 milhões de imunizantes desde a posse de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente em 2023.
A perda dos lotes representa um gasto de R$ 1,75 bilhão aos cofres públicos, um recorde desde os quatro anos do segundo mandato de Lula, quando o prejuízo acumulado foi de R$ 1,96 bilhão.
A expectativa de Lula era que o Ministério da Saúde fosse um ponte visível de contraponto ao antecessor Jair Bolsonaro, que atrasou a compra de vacinas durante a pandemia da Covid-19.